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Política

Lama Asfáltica: ex-servidor e família tiveram R$ 3,6 milhões bloqueados

Suposto esquema lavava dinheiro vindo de propina
Arquivo -

Suposto esquema lavava dinheiro vindo de propina

Antes de ser preso na última sexta-feira (10), o ex-fiscal de obras da Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos), Wilson Roberto Mariano, conhecido como Beto Mariano, além de outras três pessoas, tiveram R$ 3,6 milhões em bens bloqueados. A suspeita é de suposto esquema de compra de imóveis rurais para justificar dinheiro vindo de propina.

A decisão atendeu à ação ingressada pelo MP-MS (Ministério Público Estadual) no fim de fevereiro e que permaneceu em sigilo até o momento. A inicial aponta suposto enriquecimento ilícito, com considerável evolução patrimonial incompatível e possivelmente atrelada ao conteúdo apurado pela Operação Lama Asfáltica.

“Com a investigação, apurou-se que os valores repassados a título de propina eram mascarados com diversos tipos de operações simuladas, de forma a dar falsa impressão de licitude ao aumento patrimonial dos integrantes do grupo ou de dar maior sustentação financeira aos seus projetos”, diz a inicial.

Segundo a apuração do promotor de Justiça Marcos Alex Vera, a filha do servidor, Mariane Mariano, em prisão domiciliar justamente devido à Lama Asfáltica, sua esposa Maria Helena de Oliveira e o genro João Pedro Figueiró Dornellas criaram mecanismo para esconder parte do patrimônio e movimentar as importâncias em dinheiro que não teria como justificar pelos seus rendimentos legais.Lama Asfáltica: ex-servidor e família tiveram R$ 3,6 milhões bloqueados

Os dados que embasaram a ação são oriundos de investigação da Polícia Federal, compartilhada com o MP-MS. No processo há transcrições de interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça, movimentações bancárias e informações fornecidas pela Receita Federal.

Tanto que auditoria feita pelo Núcleo de Pesquisa da Receita Federal concluiu que entre 2008 e 2014 Beto e a esposa apresentaram fluxo de caixa deficitário, “o que evidencia possível omissão de rendimentos, cuja origem pode estar atrelada a ganhos advindos do esquema criminoso investigado na Operação Lama Asfáltica”.

O ex-servidor possivelmente, omitiu receitas da atividade rural. Mariane a partir de doações recebidas do pai, começou a ter considerável evolução patrimonial, com aquisição de várias propriedades rurais em conjunto com outras pessoas, dentre as quais o ex-secretário estadual de Obras Edson Giroto que neste momento está preso junto com Beto. Pelo menos cinco fazendas foram compradas em sociedade com o ex-coordenador da Agesul, João Afif.

A filha, assim como o pai, também apresentou fluxo de caixa negativo em alguns anos-calendário e omite aquisição de imóvel no qual provavelmente reside. Conta bancária dela e de sua mãe foram usadas para transitar dinheiro de propina dada a Giroto, Beto e Afif, segundo o promotor.

Depois o dinheiro era usado para comprar propriedades rurais e outras despesas da atividade agropecuária, sendo Mariane e o marido os responsáveis pelos depósitos. Segundo os autos, tudo foi comprovado nos diálogos legalmente interceptados.

Além disso, documentos apreendidos na casa de Beto reforçaram as provas de que ele era o administrador das fazendas comparadas em nome da filha, de Giroto e Afif. Foram achadas diversas anotações de despesas de várias fazendas, dados bancários e recibo comprovando o pagamento de uma das parcelas de aquisição da Fazenda Maravilha, em valor superior a R$1,5 milhão, bem como uma procuração conferindo poder a Afif , Edson e Fernando Giroto.

Portanto, segundo o promotor de Justiça, todos os contratos de compra e venda de imóveis eram ideologicamente falsos. Do mesmo modo, todos os cheques, procurações e outros documentos assinados por Mariane na gestão das fazendas eram falsos e tinham por única e exclusiva finalidade esconder a real propriedade dos imóveis rurais, justificando formalmente o trânsito do dinheiro não declarado pelo agente público e permitindo o distanciamento dos bens de sua origem ilícita.

Para se ter ideia, em 2013, houve movimentação financeira com total de lançamentos a crédito de R$ 3,5 milhões equivalente a cerca de 17 vezes o total de rendimento declarados. Ainda na busca e apreensão foram encontrados na casa do ex-fiscal de obras mais de R$ 25 mil em espécie, U$ 10,3 mil dólares e E$ 2 mil euros. Valores não declarados ao fisco. 

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