Senador é alvo de 9 inquéritos no Supremo

 

Inocência. Desculpa. Armações. Penitência. Com variações pessoais dessas expressões o senador mineiro (PSDB) se defendeu, mais uma vez, da acusação de recebimento de propina do grupo JBS, após ter sido gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista.

Em um artigo publicado na Folha de São Paulo nesta segunda-feira (16), Aécio diz que a narrativa acerca da denúncia envolvendo seu nome e a JBS foram como um ‘tsunami', e que as opiniões estão desvinculadas de ‘informação'.

O senador voltou a alegar que precisava de dinheiro para pagar serviços advocatícios, no começo do ano passado, colocando à venda um apartamento da família, que foi oferecido a Joesley, que gravou o encontro em um hotel, onde o tucano chegou a dizer que o dinheiro deveria ser entregue a alguém que poderia ser morto antes de fazer a delação.

O encarregado de receber o dinheiro de Batista em nome de Neves foi o primo do senador, a quem o tucano pede ‘desculpas', acompanhado de um assessor do senador Zezé Perrella (MDB-MG), um de seus principais aliados políticos em Minas Gerais, a quem Aécio também estende a desculpa.

Aécio também cita sua irmã, Andreia Neves, que chegou a ser presa em decorrência da denúncia de corrupção ofertada contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República), e afirma que todo dinheiro recebido da JBS não foi usado, e tais recursos já foram entregues à Justiça.

Ele nega que tenha agido em favor do grupo JBS, alega que em momento algum ofereceu vantagem indevida à empresa. Diz que querem ‘acusá-lo' por votos e opiniões proferidas no Senado, e reafirma sua imunidade parlamentar garantida por lei.

“Fui ingênuo, cometi erros e me penitencio diariamente por eles. Mas não cometi nenhuma ilegalidade. Por isso, não esmoreço. Em nome da minha história, da minha família e de todos aqueles que confiaram a mim a esperança de uma Minas Gerais e de um Brasil melhor, sigo em frente, porque sei que a verdade vai prevalecer”, finaliza Aécio no artigo publicado pela Folha.

Denúncias

Além de dois inquéritos envolvendo o suposto recebimento de propina da JBS, o senador Aécio Neves também é alvo de cinco outros inquéritos motivados por delações da Construtora Odebrecht, dois envolvendo supostos esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público em Furnas e nos Correios.

Aécio é investigado pela suposta prática de crimes como corrupção ativa e passiva e obstrução à Justiça.

A primeira denúncia contra ele surgiu há mais de 10 anos, em 2007, e envolve a construção da Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, construída pela Odebrecht e que deveria abrigar a sede do governo mineiro, durante a administra Neves em Minas Gerais.