Projeto de Lei causou polêmica em audiência pública

O presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Souza Nobre, afirmou nesta quinta-feira (22) que espera agilidade da Câmara dos Vereadores na tramitação do projeto de lei que determinará eleições para diretores pedagógicos nas escolas da (Rede Municipal de Ensino), em .

O alerta para agilidade na tramitação, por parte da ACP, ocorreu logo após o 1º Secretário da Câmara, vereador Carlão (PSB), afirmar que não aceitaria pressão da entidade para votação do projeto. À reportagem, Lucílio destacou que vereadores ou Executivo não estavam fazendo nenhum favor a categoria, mas apenas dando seguimento ao cumprimento da legislação.

“O vereador Carlão já tinha destacado que entre as prioridades da Câmara estavam a lei do processo democrático nas escolas e o Plano Diretor, então acho que será uma questão de coerência fazer o projeto correr. Porém, destacamos que a ACP não atende demanda desse ou daquele vereador, ou do Executivo, mas à manifestação da categoria. Se o projeto não for pautado, se houver algum entrave que não esteja sendo atendido, é justo a ACP chamar uma assembleia geral”, afirma o presidente, sem descartar a possibilidade de eventuais paralisações.

Eleição para diretor: ACP pede rapidez da Câmara e não descarta paralisação

retirada de pauta nesta quintaestava a não-realização de eleições para diretores pedagógicos dos Ceinfs (Centros de Educação Infantil)

De acordo com a assessoria da Semed (Secretaria Municipal de Educação), a titular da pasta, Elza Fernandes Ortelhado, protocolou ontem mesmo, após a audiência pública, a versão correta do projeto, que segue as predisposições definidas pelas diversas comissões. A afirmação do Executivo é compatível com o anunciado pela ACP, segundo quem o substitutivo do projeto seria protocolado com rapidez.

Processo democrático

A implantação de processo democrático na escolha de diretores pedagógicos das escolas municipais está prevista na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes Básicas da Educação e no Sistema e no Plano Municipal de Ensino municipais. “É uma luta de décadas dos professores municipais. Há 20 anos contribuímos para a construção da gestão democrática no Estado. Não é uma bandeira que erguemos ontem”, destaca Lucílio.

A grande polêmica da audiência pública girou em torno das discordâncias entre a versão do projeto discutida pelas comissões e apresentada ao Executivo e o texto que deu entrada na Câmara. “O texto que a comissão fez não é esse. Esse fala até que a eleição direta é só para diretores adjuntos. E tem mais, Ceinf não é creche, esse entendimento é ultrapassado. Ceinf é unidade escolar, é uma discussão superada”, apontou Maria Aparecida do Nascimento, conhecida como Professora Cida, membro da ACP, durante a audiência.

Cerca de 150 professores participaram da audiência pública (Foto - Guilherme Cavalcante/Midiamax)

A titular da Semed destacou que as mudanças na proposta em relação aos Ceinfs ocorreram porque boa parte dos funcionários dessas unidades eram decorrentes do convênio entre a Omep e Seleta. “Para ser diretor de escola é preciso ser efetivo, nem pode estar em probatório, então foi por essa razão que os Ceinfs foram excluídos”, destacou a secretária, que afirmou, ainda, que Ceinfs passarão a ser chamados de Escolas Municipais de Educação Infantil (Emei).

Para a ACP, no entanto, mesmo que o processo democrático não seja 100% atendido após sua implantação – o que provavelmente ocorreria nos Ceinfs – seria fundamental que as unidades de educação infantil estejam contempladas pela legislação. “Nós entendemos que vamos passar por um processo, não vai ser do jeito que a gente quer inicialmente, mas não é por isso que a lei tem que fazer distinção entre escola e Ceinf”, destaca o presidente.