A declaração de Jair Bolsonaro sobre a mudança da Embaixada do Brasil de lugar, não caiu muito bem no governo egípcio. O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira viajaria para o Egito nesta quarta-feira (7), mas a visita foi cancelada.

O chanceler brasileiro cumpriria uma agenda de compromissos entre os dias 8 e 11 de novembro no país árabe.

Nesta segunda (5), o governo brasileiro foi avisado sobre o cancelamento que teria como justificativa, a mudança de agenda das autoridades árabes. As autoridades brasileiras temem que a medida seja uma retaliação referente às falas do futuro presidente do Brasil.

Dias depois de ser eleito, Bolsonaro tuitou que pretende mudar de local a Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, alegando que “Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos” relatando na sua rede social.

Segundo relatos de diplomatas, a Liga dos Países Árabes enviou inclusiva uma nota à embaixada brasileira no Cairo condenando as declarações do presidente eleito.

Para o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, a mudança da embaixada pode abrir as portas para países concorrentes do Brasil no setor de proteína animal, como Turquia, Austrália e Argentina.

“Já tivemos ruídos com a [Operação] Carne Fraca e com a paralisação dos caminhoneiros, mas conseguimos superar. Temos a fidelidade dos países árabes”, afirma. Para Hannun, porém, a questão da embaixada é algo mais forte e sensível.