Resolução prioriza Lula e deputados federais

Na primeira eleição presidencial a ser disputada sem doações de empresas, a disputa por dinheiro provoca uma crise no PT, segundo o jornal O Globo. Numa resolução aprovada semana passada, o partido decidiu que a prioridade na distribuição dos recursos do fundo eleitoral, estimados em R$ 210 milhões, será das campanhas presidencial e a deputado federal.

Com isso, candidatos a governador e a deputado estadual ficam no fim da lista. “Os recursos do fundo eleitoral não serão suficientes para financiar todas as candidaturas no nível que o partido gostaria”, afirma o texto, que provocou mal-estar no partido.

Criado no ano passado, o fundo eleitoral destina cerca de R$ 1,7 bilhão de recursos públicos para os partidos financiarem seus candidatos. Doações de pessoas físicas são permitidas, assim como o autofinanciamento.

Diante da realidade, o PT prioriza, em primeiro lugar, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Em segundo, vêm as campanhas a deputado federal, “priorizando os candidatos à reeleição e aqueles com viabilidade eleitoral, conforme avaliação dos diretórios estaduais, referendados pelo diretório nacional”, diz a resolução.Divisão de recursos racha PT, mas Zeca diz que foco é formação de chapas

O presidente do diretório sul-mato-grossense, deputado federal Zeca do PT, evita falar sobre finanças de campanhas neste momento, que para ele é de seleção de pré-candidatos para formação de chapas.

“Estamos agora empenhados na ideia de montar chapa. Temos chapa própria de [deputado] federal e estadual no Estado. São 16 nomes que temos direito”, diz Zeca. “Estamos interiorizando a chapa, regionalizando nas principais cidades. Preocupação fundamental até 7 de abril”.

O ex-governador do Estado também diz que trabalha em formação de alianças e “depois que vamos discutir finanças”, pois a resolução aprovada semanada passada não é definitiva, segundo ele.

Pelo documento, a prioridade será dos cinco estados que a legenda já governa — Minas, Bahia, Ceará, Piauí e Acre. O tesoureiro do PT, Emídio de Souza, minimiza a divergência. “Todos os cargos em disputa receberão algum tipo de ajuda, mas é evidente que temos prioridades. É natural que alguém se insurja contra ela (resolução)”.

(Foto: Agência Câmara)