A ausência do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em debate realizado por profissionais da educação rendeu alfinetadas na tarde desta quarta-feira (12) na sede da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). Azambuja não compareceu ao confronto entre os concorrentes porque presta esclarecimentos à Polícia Federal no âmbito da Operação Vostok, que investiga suposto esquema de cobrança de propinas em troca de benefícios fiscais no Estado.

Além de apresentar propostas para a área da educação, os candidatos fizeram críticas à gestão tucana. Em resposta a Odilon de Oliveira (PDT) quando questionado sobre a valorização salarial dos educadores, Humberto Amaducci (PT) lembrou da ausência do governador. “Gostaria que o candidato do PSDB estivesse aqui para olhar no olho dele e perguntar o que ele fez com o Estado”, disse.

Odilon também alfinetou e destacou o espaço deixado vago na bancada. “Não sei porque ele deixou essa cadeira vazia porque deveria estar aqui para explicar”, respondeu.

Marcelo Bluma, do PV, lembrou sobre o aumento que o atual governador deu á categoria, no entanto, afirmou que Reinaldo “não fez mais que a obrigação”. “Ele tem que cumprir o piso nacional, caso contrário poderia acabar preso, mas acho que vai ser [preso] de qualquer jeito”, disparou. Bluma ainda ironizou dizendo que Azambuja havia “tomado café da manhã com a Polícia Federal” nesta quarta-feira.

Júnior Mochi, candidato do MDB, lamentou o fato, porém, disse que a operação poderia acontecer a qualquer momento desde que as delações da JBS foram divulgadas. Ele lembrou que independente do teor das investigações, todos têm direito a ampla defesa.

Por fim Odilon voltou a dizer que gostaria de questionar Reinaldo Azambuja sobre outros temas, no entanto, não foi possível fazê-lo porque “o governador estava matando aula hoje”, disse em referência a ausência no encontro com professores.

No debate, dividido em cinco blocos, os candidatos apresentaram propostas, perguntaram entre si e responderam perguntas feitas por profissionais da educação. Por fim, os concorrentes receberam e assinaram um termo de compromisso onde estavam listadas as principais demandas de entidades como a Fetems, Fórum dos Servidores e Indígenas.

Operação

A Polícia Federal divulgou que aproximadamente 220 policiais federais cumprem 41 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária, no âmbito da Operação Vostok, em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna, e no município de Trairão, no Estado do Pará.

Além destes, também foram cumpridos outros três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Estadual do Mato Grosso do Sul, pedidos pelo MP-MS (Ministério Público Estadual), de ações, que segundo a PF, têm o mesmo objeto ligado aos fatos investigados em âmbito federal.

A Operação tem o objetivo de combater um esquema de pagamento de propina a representantes da cúpula do Poder Executivo Estadual