Clima esquenta entre candidatos no segundo bloco com temas definidos pelas campanhas
Candidatos subiram o tom no 2º bloco do debate (Foto: Marcos Ermínio)

(Com Aliny Mary Dias e Evelin Cáceres)

Com temas escolhidos previamente e candidatos definidos por sorteio, o primeiro a perguntar no segundo bloco foi o candidato do PSDB, Reinaldo Azambuja, ao candidato do PSOL, João Alfredo, sobre ‘Obras”. Ele disse que investiu mais de R$ 736 milhões para concluir obras inacabadas deixadas por seu antecessor.

“Toda administração republicana deve ter sequência, o que infelizmente não ocorreu no seu mandato, exemplo disso é o Aquário do Pantanal. Orçamento inicial de R$ 80 milhões e já se gastou R$ 300 milhões e a atual administração não deu conta de seu término”, respondeu Danieze. Segundo ele, investimento em obras públicas vai gerar emprego em Mato Grosso do Sul.

Reinaldo disse que seu governo concluiu 209 e fez mais de 1000 obras nos 79 municípios de MS. “O Aquário do Pantanal me posicionei contrário desde 2014, só não concluímos porque tem problema de ordem jurídica. Assim que for liberado também essa será concluída”, replicou.

O candidato do PSOL afirmou que existem dois Estados, o ‘Parque dos Poderes’ e as outras cidades com 357 mil km2 de todo MS. “Há um superdimensionamento em obras que não representa a verdade. Prometeu choque de gestão para distribuir recursos ‘a quem necessita”, disse o Psolista.

Segunda pergunta

Com o tema ‘Combate à Corrupção’, Danieze questionou Marcelo Bluma, do PV, como combater corrupção com partidos envolvidos em corrupção e citou a coligação de Azambuja.

“Dessa turma ninguém vai combater corrupção. Esquece. Olho essa coligação e fico impressionado: há Branca de Neve com Saci Pererê, arcanjo Gabriel com o capeta”, ironizou Bluma em sua resposta.

Disse que há ‘orgias e festas’ no Parque dos Poderes, com festas. Chamou Reinaldo e Junior Mochi (MDB) de ‘Cosme e Damião’, responsáveis por ‘impostos perversos’. “O tarifaço do IPVA feito por governo e assembleia”, disparou Bluma.

Danieze disse que foi vice-prefeito em Ribas do Rio Pardo por 1 ano e 8 meses e renunciou por ‘não concordar com irregularidades’, revelou que renunciaria ao ‘foro privilegiado’ caso eleito.

Bluma disse que brasileiro paga 30% do que ganha com imposto e destacou que os políticos eleitos são ‘funcionários’ do povo.

Terceira pergunta

O terceiro candidato a fazer perguntas no primeiro bloco foi Odilon de Oliveira (PDT), que perguntou a Junior Mochi (MDB) sobre o tema sorteado: Emprego.

“O Brasil vive uma crise, Mato Grosso do Sul também experimenta crise de desemprego. Eu perguntou ao Junior Mochi qual será a posição dele para combater o desemprego?”.

Mochi respondeu que “temos uma proposta clara, trocar imposto por emprego. É por exemplo pegar R$ 8 bilhões de dívida dos empresários e descontar na geração de emprego. Além dessa, temos outras. Vincular toda proposta de incentivos a empresas que ofereçam ao mercado empregos com carteira assinada”, disse.

Na réplica, Odilon de Oliveira falou sobre desemprego no setor do turismo. Afirmou que o governo atual gerou 118 mil desempregos. “Tem que aquecer o mercado de trabalho, a política fiscal sem propina”.

Mochi afirmou, em sua tréplica, que Mato Grosso do Sul adotou política de benefícios fiscais. “Devemos ter modelos novos, iniciativas novas através de recursos vincular empresas a geração de emprego e renda”.

Na sequência, conforme sorteio prévio, Junior Mochi perguntou a Humberto Amaducci (PT) sobre saúde. “A saúde pública é dividida em regiões e microrregiões, sabemos que não há um fortalecimento dessas regiões. Quais são as suas propostas efetivas para melhorar o atendimento em saúde para a população?”.

Na resposta, Amaducci afirmou que o Estado possui problema sério na saúde. Ele citou alguns hospitais do Estado que estão com problemas, criticou a Caravana da Saúde, que não cumpre o que promete. “Trabalhamos com a possiblidade do SUS 100%, atendimento público que o Estado cumpra com sua função e seu papel. Que a gente converse com prefeitos, vereadores e conselhos de saúde”.

Em sua réplica, Mochi também defendeu o SUS, mas falou em fortalecimento de consórcios intermunicipais para que as cidades deem contrapartida ao Estado. “Para a gente evitar que as sedes não se superlotem (sic)”.

Humberto Amaducci disse, em rua tréplica, que as grandes regiões do Estado estão sobrecarregadas. “Chega a ser desumano com os profissionais da área”.

Quarta pergunta

Humberto Amaducci (PT) perguntou ao Juiz Odilon (PDT), dentro do tema Educação, sobre a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). Destacou que o governo Zeca concedeu um aporte de R$ 70 milhões e que hoje a Universidade recebe pouco menos de R$ 7 milhões. Qual a sua proposta para a Educação?

Odilon afirmou que a Universidade está sucateada. “São R$ 194 milhões e por piedade alguns deputados que mandam emendas. A UEMS precisa de autonomia administrativa e didático-científica, fixar orçamento maior, que corresponda a pelo menos 3% da receita tributária. Nós teríamos R$ 220 milhões ao menos. Repassar ao tempo certo esse dinheiro é fundamental”.

Para o candidato, também é preciso aumentar de 0,25 para 0,5% dos recursos arrecadados para ciência e tecnologia, como prevê a Constituição Estadual. “A UEMS está sucateada por omissão do governo. Queremos investir na UEMS”.

Na réplica, Amaducci afirmou que é preciso ter liberdade de pensamento. Que não haja interferência da classe política, que não interfira na forma de pensar dos alunos. Odilon afirmou que já havia proposto o mesmo com a autonomia didático-científica. “E a valorização dos professores da UEMS, que não tiveram reajuste nenhum corpo administrativo também. Como se trata um patrimônio nosso com esse descaso? E as pessoas que não podem pagar a Universidade?”.

Marcelo Bluma (PV) pergunta ao candidato Reinaldo Azambuja (PSDB) sobre Turismo. Ele diz que entende o potencial turístico do Pantanal e dos sítios arqueológicos. “O dinheiro destinado pelo governo tem sido pífio, este ano não chega a R$ 20 milhões. Mas já gastou R$ 250 milhões com verba publicitária”.

Para Reinaldo, o candidato Bluma estaria desinformado. “Gastamos nas campanhas, muitas vezes educativas, e não chega a R$ 160 milhões. Turismo também, completamente equivocado. Maior investimento nos roteiros turísticos. Somente Bonito tem R$ 90 milhões para melhorar o acesso. Algumas pessoas erroneamente não têm conhecimento e falam ao bel prazer. Nós aumentamos a visitação”.

Para Bluma, o Portal da Transparência do Governo mostra números maiores. “Vai fazer programa educativo assim! O MS é o Estaco mais educado, então. É publicidade, sim senhor!”.

Reinaldo treplicou afirmando que se foi bom ou não, não era o candidato quem deveria decidir, mas sim a população. “Nosso governo aumentou em até 15% a visitação a MS”.