Repórter era única mulher que cobria chegada de deputado à PF
Únicas representantes femininas entre os 29 parlamentares de Campo Grande, as vereadores Enfermeira Cida Amaral (Podemos) e Dharleng Campos (PP) repudiaram a agressão do ex-deputado federal Edson Giroto contra a repórter do Jornal Midiamax, Mariana Rodrigues, ocorrida na manhã desta sexta-feira (9).
“É lamentável que nos dias de hoje ainda ocorra algo deste tipo”, disse a vereadora Dharleng. “Numa época em que falamos tanto do respeito à mulher, de valorização à mulher, igualdade de gêneros”, lamenta a parlamentar.
“Independente da classe social e do cargo que ocupe, é lamentável que existam pessoas capazes de cometerem tal ato de covardia”, prosseguiu a vereadora, afirmando solidariedade à repórter.
“Qualquer agressão contra a mulher sempre é motivo para repúdio, não importa quem é o agressor, se é autoridade ou é um cidadão comum”, completou Dharleng.
Cida Amaral também lamentou o ocorrido. “Nós mulheres precisamos de respeito, temos direito à igualdade. Nós não podemos mais sofrer agressão seja ela de quem for”, afirmou a parlamentar.
A vereadora também falou da ofensa à liberdade de imprensa cometida pelo ex-deputado. “Vivemos numa sociedade onde todos têm direito de ir e vir. Ninguém pode agredir outra pessoa por estar apenas exercendo sua profissão”, pontuou.
Agressão
A agressão ocorreu enquanto o ex-deputado Edson Giroto, corréu junto do empresário João Amorim na Operação Lama Asfáltica, chegava para se apresentar à Superintendência Regional da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira.
A repórter Mariana Rodrigues, acompanhada do repórter fotográfico Cleber Gellio, aguardava a chegada de Giroto quando este desceu de um carro de luxo e se dirigiu abruptamente na direção dos dois.
Proferindo ofensas e com os ânimos exaltados, o ex-deputado agrediu a jornalista, única mulher entre os que participavam da cobertura, com um tapa tentando tomar o celular de sua mão. Após a agressão, o deputado deu entrada na sede da PF.
O advogado do ex-deputado, Valeriano Fontoura, disse que “não houve agressão nenhuma” e que não viu a repórter do Jornal Midiamax ser agredida, apesar de as agressões terem sido gravadas em vídeo.