Adiada pela terceira vez, eleição da mesa diretora da Câmara de Dourados pode ter reforço policial
(Foto: Vinicios Araujo/ News)

Adiada pela terceira vez, a eleição que definirá a nova composição da da Câmara de Dourados – distante 225 km de Campo Grande – poderá contar com reforço policial. O pedido foi feito por advogados de três vereadores que acusam a presidente da Casa, vereadora Daniela Hall (PSD), de ter descumprido ordem judicial, ao encerrar a sessão deste domingo (9).

Depois do adiamento, vereadores votam nesta segunda-feira (9) a substituição dos vereadores Pedro Pepa (DEM), Pastor Cirilo Ramão (PSDB), presos na Operação Cifra Negra, na chapa ‘Legislativo Forte'.

Durante a sessão, duas decisões do juiz da 1ª Vara Criminal de Dourados, Zalaor Murat Martins foram entregues à presidência da Casa de Leis. Na primeira delas, o magistrado determinou que o vereador suplente Maurício Lemes (PSB) fosse nomeado no lugar de Idenor Machado (PSDB).

Idenor foi preso na Operação Cifra Negra e pediu afastamento do cargo. A presidente da Câmara, Daniela Hall (PSD), cumpriu a determinação e empossou Maurício. A segunda determinação do juiz ordenava que a sessão deste domingo fosse suspensa até que requerimentos de vereadores que pedem mudança na chapa.

O grupo de vereadores discorda da decisão e insinua que Hall se equivocou ao encerrar a sessão. Para eles, “em nenhum momento de seu deciso fora determinada a “suspensão da sessão”, mas sim a suspensão da eleição”, descumprindo a real determinação de Zalaor Murat.

Segundo os defensores, Hall estaria “criando artimanhas” e causando “comoção social” em suas recentes decisões. Eles argumentam que o reforço policial garantiria que a nova sessão seja conduzida, até o final, sem maiores problemas. A reportagem não conseguiu contato com a presidente da Casa.

Operação

Segundo o MP-MS (Ministério Público Estadual), a operação é desdobramento das ações Telhado de Vidro e Argonautas e investiga crimes do “colarinho branco”, entre eles fraude à licitação e corrupção na Câmara da cidade há pelo menos oito anos.

As investigações indicaram que várias licitações tinham “carta marcada” de empresas que agiam juntas. Algumas delas, inclusive, se quer existiam de fato. “Sem a devida concorrência, os valores dos contratos oriundos destes processos se faziam exorbitantes”, afirma o MP.

As empresas que participavam do esquema repassam propina mensalmente para servidores públicos, entre eles vereadores que presidiam a Casa de Leis.

O juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, expediu 10 mandados de prisão e um de busca e apreensão. Os nomes de todos os alvos ainda não foram divulgados.