Deputado disse que funcionários seriam ‘massa de manobra’
Presidente da CPI da JBS, o deputado estadual Paulo Corrêa (PR) foi alvo de vaias da multidão de trabalhadores que acompanham a sessão desta quinta-feira (19) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Ao chegar ao plenário, o deputado começou a ser vaiado. O parlamentar chegou a parar em frente ao público, com as mãos nas costas, para ouvir as vaias passivamente. Em seguida, o deputado dirigiu-se à tribuna, de onde falava o petista Pedro Kemp, que explicava que a Casa estava em diálogo com a empresa em busca de solução para o impasse.
Aos jornalistas e sem usar a tribuna nesta sessão, Correa criticou o movimento. “Do jeito que se está fazendo, estão usando como massa de manobra essas pessoas nesse momento. São pessoas usadas para encobrir R$ 730 milhões em dívidas do ICMS”.
Os deputados estaduais anunciaram na tribuna ao início da sessão que conseguiram marcar uma reunião com a vice-presidência da JBS para tentar manter os postos de trabalho em Mato Grosso do Sul, após a empresa anunciar que paralisou os abates no Estado.
Centenas de manifestantes lotam a Casa Legislativa em protesto à ação que bloqueou os bens da empresa, fazendo com que o Grupo J&F parasse com os abates nas oito unidades do Estado. Presidente, o deputado Junior Mochi (PMDB) marcou a reunião com Marcelo Zanata, vice-presidente da JBS para a tarde desta quinta.
Antes mesmo da reunião, segundo o deputado Pedro Kemp (PT), anunciou que a empresa teria dito aos integrantes da CPI da JBS que está à disposição para negociar uma saída e garantiu que não há suspensão dos salários.
O petista frisou aos manifestantes que as negociações não estão paradas, mas evitou falar em prazos.
O juiz responsável pelo bloqueio de bens também já marcou a audiência de conciliação para a próxima segunda-feira (23).