‘Lambe botas’ e ‘vira-lata’

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chamou o relator da CPI da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), de “lambe botas” do presidente Michel Temer e foi chamado pelo peemedebista de “vira-lata da banda podre do Ministério Público. O bate-boca entre os dois ocorreu nesta terça-feira, durante o depoimento do procurador Ângelo Goulart Villela, que chegou a ser preso durante a delação dos executivos do grupo da JBS.VÍDEO: Marun e Randolfe Rodrigues batem boca na CPI da JBS

O embate começou após Randolfe ter mencionado trechos do áudio do jantar que Villela participou com advogados da JBS em uma ação controlada gravada pela PF. O procurador reclamou que não teve acesso ao áudio, e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) ironizou que ele deveria ter pedido ao senador. Ranfolfe, então, envolveu Marun.

— Há uma coalizão entre PT e PMDB. O senhor e o deputado Marun estão muito próximos — disse Randolfe.

O relator não se conteve.

— O senhor não me cite — gritou Marun.
— O senhor me respeite -— disse Randolfe.

— Já me chamou de cachorro, o senhor é um vira-lata da banda podre do Ministério Público — afirmou Marun.

— Lambe-botas do presidente da República. Bate-pau do presidente Temer — rebateu Randolfe.

Os dois continuaram trocando insultos por alguns segundos, até que o presidente da CPI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), interveio e conseguiu serenar os ânimos. O depoimento continuou com questionamentos do senador a Villela.

‘ARQUEIRO INCONSEQUENTE’

Durante o seu depoimento, o procurador Ângelo Goulart Villela chamou o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de “arqueiro inconsequente” e o acusou de “falsear a verdade” ao fundamentar seu pedido de prisão.

Villela foi preso em maio acusado de repassar informações sigilosas para o grupo empresarial em troca de uma promessa de mesada de R$ 50 mil.

— Não tenho qualquer compromisso em esconder nada, a não ser fatos condizentes que tenham segredo de Justiça. Embora não tenha mais um arqueiro inconsequente, eu tenho dever de lealdade à instituição. Não vou falar matérias sensíveis ao segredo de Justiça para ser processada mais uma violação de sigilo — disse Villela.