Vereadora pelo PSDB, esposa de empresário que denunciou Reinaldo foi alvo de boataria

Vereadora diz apoiar decisão do marido sobre denúncia

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Vereadora diz apoiar decisão do marido sobre denúncia

​Desde o fim de 2016, quando foi feito o vídeo flagrando suposta cobrança de propina pelo governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) para manter benefícios fiscais a empresários, uma parlamentar do partido do governador virou alvo de boataria. Mirela Rigotti (PSDB), vereadora em Bonito, é casada com José Berger, um dos empresários que fez a denúncia contra o governo tucano, levada ao ar em matéria veiculada neste domingo (28), pela Rede Globo.

Ela conversou com o Jornal Midiamax nesta segunda-feira (29) e disse não fazer parte dos negócios do marido. Mesmo assim, contou que se tornou alvo de rumores machistas que, segundo ela, poderiam estar relacionados com a decisão do marido de denunciar o governo estadual do partido dela. “Pode ter sido uma forma de desqualificar as denúncias”, lamenta.

“Não me envolvo nos negócios do meu marido. A empresa é dele e eu sou vereadora. Não sei se continuo no partido. Fiquei sabendo do vídeo há pouco tempo, porque meu marido me chamou e me disse o que ia acontecer, exatamente porque não me envolvo nos negócios dele”, ressaltou.

Mirela afirmou, entretanto, que apoia a atitude de José Berger em denunciar o suposto esquema. “Nosso Brasil precisa mudar. Todos esses problemas que estão acontecendo têm que ser entregues mesmo. Senão isso nunca vai acabar. Somos uma família e estou aqui para apoiar, mas não me envolvo. Ele, inclusive, está muito doente com tudo isso”, pondera.

Antes mesmo do vídeo ir ao ar, a vereadora disse ter pedido muito para que não fosse envolvida. “Tudo o que eu pedi é para que não me envolvesse, porque não sei mesmo das atividades da empresa dele. Eu sou vereadora, trabalho muito por Bonito, tenho vários projetos sociais com o esporte, saúde, crianças, idosos. Eu sou vereadora para fazer a diferença na minha cidade”, diz.Vereadora pelo PSDB, esposa de empresário que denunciou Reinaldo foi alvo de boataria

Processo por boatos

Desde o fim de 2016, quando os vídeos foram feitos, Mirela acabou envolvida em boatos que atingem a vida pessoal dela. Para espalhar os rumores, usaram uma foto em que ela aparece ao lado do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) numa pose comum durante a campanha eleitoral, ou seja, um ao lado do outro.

“Eu fiquei sabendo disso e foi nojento, muito sujo e horrível. Estou com o José há 15 anos, somos casados há dez anos. Temos uma filha e é muita maldade, mas eu não vou deixar barato”, avisou a parlamentar.

A vereadora tem conhecimento de um jornalista que teria divulgado uma foto dela com o governador, durante a campanha para a vaga na Câmara, afirmando que eles seriam amantes. Mirela afirma estar processando o jornalista.

“Não abalou o meu casamento, não aconteceu nada quando esses boatos surgiram porque o meu marido e eu somos muito unidos. Eu o conheço desde os 17 anos. Disseram até que eu moro no mesmo prédio que o governador. Moro no prédio ao lado. Sempre que conversei com o Reinaldo foi em encontros oficiais, com assessores sempre perto. Meu marido foi o único a pisar no prédio do governador”, explicou.

Para Mirela, espalharam os boatos a fim de tentar desqualificar as denúncias do esposo. “Com certeza foi isso. Mas estamos tranquilos. Eu apoio o meu marido e sigo como vereadora”, finalizou.

Denúncias

Na edição deste domingo (28), o Fantástico, programa da Rede Globo, revelou o vídeo usado pelo marido de Mirela que levou à queda do ex-secretário da Casa Civil, Sérgio de Paula (PSDB). No vídeo, José Ricardo Guitti, que teria sindo indicado por Sérgio De Paula, aparece supostamente recebendo propina de empresários do setor de frigoríficos em troca de benefícios.

Segundo a denúncia, o governo estaria cobrando propina em troca de licença de funcionamento. De acordo com a reportagem, o dinheiro iria para o então chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula.

José Berger, dono de fábrica que processa couro de gado, afirmou que teve as atividades de seu frigorífico suspensas em novembro e procurou o governador Reinaldo Azambuja para tratar sobre o assunto. Azambuja o teria encaminhado para Sérgio De Paula. Já De Paula, indicou um mensageiro, José Ricardo Guitti, conhecido como Polaco.

Berger conta que em novembro teria entregue R$ 250 mil a Polaco, no que após os pagamentos a licença teria sido aprovada. Berger afirma que quem receberia o dinheiro no final seria Sérgio de Paula. “Segundo o mensageiro, ele autorizou a fazer o acerto. Foi com o aval dele”, diz Berger.

Já o empresário Benício Tangerino, dono de um frigorífico, teria negociou diretamente com De Paula, em seu gabinete na Governadoria. Segundo a reportagem, R$ 300 mil teriam sido entregues dentro de uma mala. Mesmo após o pagamento as extorsões teriam continuado.

O governador Reinaldo Azambuja afimou à reportagem do Fantástico que “os empresários são sonegadores” e que “comprovadamente fazem emissão de nota fria” para escapar do pagamento de impostos. Segundo o governador, o “estado identificou e cancelou incentivo” dado às empresas em gestões passadas. Azambuja disse ainda que, “quanto ao vídeo, cada um vai responder” por suas ações.

Conteúdos relacionados

violência política
prefeito corumbá