Dono da empresa disse ter sido extorquido em troca do benefício

 

Já está no gabinete da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), a ministra Carmen Lúcia, o recurso judicial movido pelo Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul, que pede para suspender definitivamente os incentivos fiscais cedidos à Braz Peli Comércio de Couro Ltda, empresa que funciona há pelo menos 15 anos no Núcleo Industrial de .

O governo estadual acelerou o pedido no início da semana passada depois que o dono da empresa, José Alberto Berger deu entrevista para o Fantástico, programa de Rede Globo, denunciando um suposto esquema de pedido de extorsão para obter o benefício. Ele disse ter desembolsado meio milhão de reais para garantir o benefício. O governo de Reinaldo Azambuja, PSDB, negou com veemência que mantém esquema de extorsão.

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Ao jornal Midiamax, Berger confirmou o que havia dito a Globo e disse ainda que tem mais vídeos com denúncias para entregar ao Ministério Público.

A ida ao STF foi anunciada na terça-feira pelo secretário de Governo, Eduardo Riedel. Em coletiva de imprensa, ele afirmou que o dono da empresa Braz Peli estaria cometendo sonegação fiscal e ainda utilizando notas frias como meio de gerar crédito de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

A descoberta da fraude, segundo Riedel ocorreu em novembro do ano passado, período que o governo cortou o incentivo da Braz Peli.

No entanto, a empresa recorreu e hoje, por força de liminar, o benefício é mantido.

Em entrevista ao Midiamax, Berger confirmou a suspensão do incentivo, que recorreu, mas negou qualquer Irregularidade na emissão de notas ou de outra atividade envolvendo sua empresa. Eduardo Riedel apontou até número na entrevista concedida na terça-feira passada: que a Braz Peli teria sonegado em torno de R$ 215 milhões.

Embora a entrevista em cadeia nacional tenha sido mostrada uma semana atrás, o ex-chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, ainda não se defendeu.

De Paula foi bancário em Dourados, período que se aproximou de políticos entre as décadas de 1980 e 1990. Ele era uma espécie de número 1 do governo de Reinaldo Azambuja até março deste ano.

Azambuja disse à época que a saída de De Paula estaria prevista e que estava cumprindo um plano que chamou de readequação. Do governo, o ex-chefe da Casa Civil foi para o PSDB regional, onde ocupa o cargo de tesoureiro.