Para parlamentares problema é pontual
Senadores da bancada sul-mato-grossense criticaram a divulgação na mídia da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira (17), que apura esquema de corrupção na inspeção em frigoríficos do País. Para os parlamentares, o problema é pontual, porém, devido ao “alarde” instalado, todo o setor de produção de carne brasileira deve sofrer impactos negativos.
O senador Waldemir Moka (PMDB) lamentou o “estardalhaço” criado em torno da Operação. Para ele, prejuízos serão inevitáveis, porém, em sua avaliação, no Mato Grosso do Sul os impactos deverão ser mais brandos. “O setor como um todo vai ter prejuízo, mas Mato Grosso do Sul não teve nenhum envolvimento, acredito que não seremos tão afetados”, acredita.
O peemedebista pontuou também da existência de mais de 4 mil frigoríficos brasileiros, e lembrou que destes, somente 31 são investigados. Para ele, a disparidade entre os números comprovam o “barulho” criado em cima da operação. “Se criou uma divulgação como se todo o sistema produtivo de carne estivesse envolvido nisso. Foi algo pontual, lamento que estejam fazendo todo esse estardalhaço ”, relata.
Simone Tebet (PMDB) classificou como “infeliz na forma” a operação deflagrada pela PF, para ela, falhas pontuais e o alarde midiático podem ter impactos negativos dentro de um dos principais setores da economia brasileira. “Ao contrário da Operação Lava Jato, a Carne Fraca não mexe com empreiteiras, mas com produtos comercializados no País, e não é qualquer produto é o carro chefe, é o que sustenta o PIB brasileiro, mexe com a economia do País”, disse.
A senadora afirma que é preciso apurar as irregularidades “doa a quem doer”, porém, lista os pontos negativos gerados pela reprodução midiática exacerbada em torno do assunto. “Não poderiam expor da forma como expuseram, é preciso ter responsabilidade pois enfrentamos um momento muito delicado da economia. Embora o sistema tenha grande segurança, indiretamente somos duramente atingidos na geração de empregos e exportação, por exemplo. A prova disso é que alguns países já não sabem se vão seguir importando carne do Brasil”, afirma.
Outro ponto questionados pela peemedebista é o fato o MInistério da Agricultura não ter sido comunicado das prováveis irregularidades, sob argumento de que o departamento do Governo Federal também era investigado. “Como uma investigação que durou dois anos não divulgou os órgãos competentes sobre a suspeita do consumo de carne estragada”, disse.
Senador pelo PSC, Pedro Chaves defendeu a punição de todos os envolvidos e ressaltou que por ora não há motivos para preocupação com relação a qualidade da carne produzida no País. Ele lembra que o total de frigoríficos investigados é pequeno se comparado a quantidade total atuante no Brasil . “Não podemos aceitar que a maioria seja prejudicada por meia dúzia. A curto prazo vamos mostrar que nossa cadeia de produção é forte”, afirma.