Senado derruba decisão do STF e mantém Aécio no mandato

Foram 44 votos a favor e 26 contra

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Foram 44 votos a favor e 26 contra

Por 44 votos a favor e 26 contra, o senado derrubou nesta terça-feira (17) o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que havia sido decidido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), conforme publicado pelo jornal O Globo. Assim, cai também o recolhimento noturno ao qual ele estava obrigado.

A maioria absoluta necessária para manter ou cancelar a decisão da corte era de 41 votos.

De acordo com a publicação do O Globo, o tempo de votação foi prolongado pelo presidente do Senado, Eunício de Oliveira, para que o líder do PSDB, Paulo Bauer (SC) – um dos principais articuladores da defesa de Aécio – pudesse chegar ao plenário para votar a favor do aliado. Bauer passou mal nesta terça-feira devido a um pico de pressão e foi hospitalizado.

Também para apoiar Aécio, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), interrompeu sua licença médica. Ele ficou internado por duas semanas no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por uma diverticulite aguda. Na tribuna, Jucá disse que não existe democracia sem um “mandato inviolável” dos parlamentares.

Senado derruba decisão do STF e mantém Aécio no mandato

Também afastado por uma queda no final de semana, o senador Ronaldo Caiado também suspendeu a licença médica e foi de cadeira de rodas ao Senado. Entretanto ele votou a favor da decisão do STF.

Denúncia por corrupção

Após gravações do empresário Joesley Batista, dono da JBS, mostrarem Aécio Neves pedindo R$ 2 milhões para usar em sua defesa na Lava-Jato, o senador foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça.

Além disso, o primo do senador, Frederico Pacheco, foi flagrado pela Polícia Federal, ao receber R$ 500 mil de um dos executivos da empresa. Frederico chegou a ser preso, junto com a irmã de Aécio, Andrea Neves, na Operação Patmos.

De acordo com informações da PGR (Procuradoria-Geral da República) Frederico e Mendherson Souza Lima, assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), foram os receptores dos 4 pagamentos realizados entre 5 de abril e 3 de maio. As parcelas, de R$ 500 mil cada, foram pagas em espécie.

A denúncia diz que Aécio também tentou atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato, com esforços para interferir na distribuição dos inquéritos da investigação no Departamento de Policia Federal. Ele também fez pressão para a substituição de Osmar Serraglio por Torquato Jardim no Ministério da Justiça, além de ter articulado a anistia do crime de caixa dois, que acabou não sendo aprovado, e a aprovação de projeto que trata do abuso de autoridade, como forma de constranger Judiciário e Ministério Público.

 

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