Depoimento durou mais de 1 hora

A Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) já identificou irregularidades em R$ 1,7 milhão em incentivos concedidos pelo Estado ao grupo JBS. A informação foi revelada pelo secretário Márcio Monteiro, durante oitiva na CPI das Irregularidades Fiscais.

O tom de cordialidade dominou a conversa de pouco mais de 1 hora entre Monteiro e os parlamentares que integram a comissão. Apesar do grupo de trabalho afirmar que já encontrou problemas em notas que somam R$ 500 milhões em incentivo, Monteiro limitou o número em R$ 1,7 milhão.

Segundo ele, esses incentivos deveriam ter sido “glosados”, ou seja, vetados. As análises foram feitas pela Sefaz depois que o escândalo de suposto esquema de benefícios fiscais em troca de propina foi revelado no governo Reinaldo Azambuja (PSDB) por delatores da JBS.

Em relação aos irmãos Wesley e Joesley Batista, o secretário acabou entrando em contradição. Quando foi questionado por Pedro Kemp (PT) sobre conhecer os empresários, o secretário afirmou que apenas esteve com a equipe técnica da JBS para falar sobre frigorífico de perus no Estado. “Não tive oportunidade de conhecer os irmãos [Batista]”, disse.

Pouco tempo depois, Monteiro foi questionado por Paulo Siufi (PMDB) sobre os irmãos Batista. Dessa vez, ele afirmou que esteve com os Batista quando ainda era deputado. Por meio da assessoria de imprensa, após o fim da oitiva, o secretário explicou que apenas cumprimentou os empresários durante a inauguração da fábrica da Eldorado, em Três Lagoas.

Sefaz detectou irregularidades em R$ 1,7 milhão de incentivos à JBS

Monteiro afirmou, ainda, sobre a estrutura deficitária do Estado para fiscalizar o cumprimento dos acordos de incentivos fiscais por parte das empresas. Ele reconheceu a necessidade de “aprimorar os mecanismos de fiscalização”. Só com relação ao acordo do Estado com o grupo JBS são 101 mil notas e documentos para serem analisados.