Abi-Ackel afirma que não há conexão entre crimes e presidente

O relator da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB), deputado Paulo Abi-Ackel começou a ler seu parecer favorável a rejeição da denúncia contra o peemedebista. O tucano não economizou elogios ao governo Temer, como forma de justificar a rejeição da denúncia.

O relator afirmou que a instauração de um inquérito civil contra o presidente no STF (Supremo Tribunal Federal), o que pode ocorrer caso a denúncia seja aprovada, levaria o país a uma situação de “instabilidade política”, e defendeu a rejeição das acusações. 

O deputado também alegou que não há, na denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), “nexo causal entre o ato delituoso e a pessoa do presidente Temer”. O tucano lembrou que perícias teriam apontado problemas e edições nas gravações de conversas entre o presidente e o dono da JBS, Joesley Batista.

Abi-Ackel afirmou que o país estava “paralisado” quando Temer assumiu a Presidência. O tucano seguiu afirmando que Temer optou “pelo enfrentamento da crise” com “remédios amargos mas necessários”.Relator de denúncia contra Temer defende presidente na Câmara

Como remédios, o relator citou as reformas estruturais promovidas pelo governo Temer, como a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, o limite no teto dos gastos públicos, entre outras.

Abi-Ackel defendeu que a aprovação das reformas resultou nas quedas de popularidade do governo Temer, embora sejam necessárias. Segundo o relator, as propostas resultaram em avanços na economia e na recuperação do PIB.

O relator também afirmou que a rejeição da denúncia pela Câmara dos Deputados não resultaria no fim do processo. Ele acredita que a denúncia pode ser apreciada após o fim do mandato de Temer. Esta é a primeira vez da história do Brasil em que um presidente responde por crime de corrupção em exercício de mandato.