A proposta ainda não chegou para senadores analisarem

A reforma trabalhista aprovada pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (26) ainda não chegou ao Senado, mas a sua tramitação já é alvo de debates entre os parlamentares. Enquanto a oposição cobra uma análise cuidadosa do tema, com a participação de várias comissões e mudanças no texto, a base do governo defende rapidez na tramitação pela importância das medidas previstas pelo projeto.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirma que já espera um pedido de urgência para o projeto da parte da base do governo, e antecipou que essa iniciativa encontrará resistência.

A proposta de reforma, encaminhada pelo Executivo no final de 2016, altera diversos pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ela promove mudanças como a prevalência de decisões tomadas em negociações coletivas sobre a legislação, o fim do imposto sindical obrigatório, e a regulamentação do trabalho intermitente (por hora) e do trabalho à distância.

Apesar da posição contrária à reforma, membros da oposição reconhecem ser preciso atualizar as regras trabalhistas. No entanto, eles reivindicam que os trabalhadores não percam direitos adquiridos e nem a proteção da CLT. É o que afirma o senador Jorge Viana (PT-AC).

Os oposicionistas têm o apoio do líder do partido do presidente da República, Michel Temer, no Senado. Renan Calheiros (AL), que lidera a bancada do PMDB, também quer que o assunto seja tratado “com muita deliberação” e “sem fazer ouvidos moucos à sociedade”. Ele fala, inclusive, em mudanças no texto aprovado pelos deputados.