Convênios acabam no próximo dia 28

No próximo dia 28 termina o prazo para que a Prefeitura demita os 4,4 mil contratados via Sociedade Caritativa e Humanitária e Omep (Organização Mundial Para Educação Pré-Escolar) , conforme acordo judicial com o MPE-MS (Ministério Público Estadual). No entanto, segundo o prefeito Marquinhos Trad (PSD), somente metade deste total será colocado de volta no serviço público.

Isso para que a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) não seja ferida. Os terceirizados não entravam na folha de pagamento dos servidores municipais, portanto não eram considerados no limite de gasto com pessoal. Agora, com a determinação de substituição por concursados ou temporários, o cenário muda.

“Acontece que a LRF está lá no topo, então não há como pegar os 4,4 mil e absorver aqui. Cê vai absorver aí, num esforço sobrenatural, cerca de 50%”, contou. Ele ainda sustenta que o acordo foi precipitado, alega que as denúncias de funcionários fantasmas jamais se comprovaram e com a ação proposta pelo promotor de Justiça Marcos Alex Vera, pessoas que atuavam há mais de 18 anos estão desempregadas.

“Aquela história de fantasma não ficou provado. Pessoas com mais de 18 anos que trabalham que chegaram cedo, batem ponto, são corretas e são descentes, estão desempregadas, muitas delas não conseguiram o processo seletivo porque com o passar do tempo se acomodaram não estudaram, não tiveram formação continuada. Para mim foi um erro muito grande do Ministério Público”.

As exonerações ainda não estão concluídas. De acordo com o prefeito, tudo está sendo feito na medida do possível. Com os valores das rescisões ele vê outro entrave financeiro, já que deve impactar em pelo menos R$ 25 milhões. “Não chega a R$ 50 milhões, mas chega a metade disso”.

Judicialização

Prefeitura vai substituir somente 50% dos demitidos da Seleta e Omep

Histórico

Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) havia sido firmado em 2011 com o então prefeito de Nelson Trad Filho (PTB), para tomar todas essas providências e sanar contratação de funcionários fantasmas. Contudo, conforme o promotor, mesmo com 20 meses de dilação no prazo, até hoje as medidas não foram tomadas.

Ao contrário, em maio o MPE-MS tentou novamente aplicar o termo e outra vez houve aumento do prazo para cumprimento, sendo que a Prefeitura se comprometeu a fazer as demissões até metade do ano que vem. Mas, segundo os autos, mesmo depois de toda movimentação investigatória, as irregularidades continuaram sem esforço para findá-las.

Na apuração da Operação Urutau verificou-se movimentação de mais de R$ 26 milhões em dinheiro em espécie entre os anos de 2011 e 2015. Além disso ficou constatado inúmeros casos de funcionários fantasmas. Veja mais aqui.