Dois demonstraram contrários
Os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul, não veem problemas em se ter prazo para definir a reforma da previdências nos Estados e Município, conforme proposta do presidente da República Michel Temer (PMDB), em declaração nessa segunda-feira (27). Para eles, este é um assunto que terá que ser resolvido o quanto antes de qualquer forma. Petista e tucano não concordam.
Para o líder do governo estadual, por exemplo, este é um período ideal para definir sobre o tema. “Não vejo prejuízo com este prazo, pois os técnicos do governo já estão fazendo levantamento de toda a situação, de como de fato está a previdência e qual índice precisa ser feito para resolver a questão do deficit. Esse é um período ideal para que possamos definir toda essa questao”.
Paulo Correa, parlamentar pelo PR, enfatizou que o assunto vai trazer polêmica de qualquer forma e algo de fato precisa ser feito. “Esse questão vai trazer polêmica sem dúvida. Isso é fato. Precisamos fazer uma reforma na previdência. Nao podemos nos furtar desse debate. Um período específico não muda em nada por que já é um debate que vamos ter que fazer e acho que até antes disso possamos resolver”.
Eduardo Rocha, deputado peemedebista, também ve com naturalidade a questão do prazo dado por Temer. “A reforma precisa ser feita de alguma forma. O presidente deu autonomia para os Estados que é bom e claro que para o Temer é benéfico, pois tira ela do foco das manifestações contrárias. De modo geral cada estado tem uma realidade. Vamos discutir e encontrar um ponto de equilíbrio”.
Contrário
Dentre os entrevistados, que se mostrou totalmente contrário a esta medida, foi o parlamentar petista Cabo Almi. Segundo ele, o presidente está cobrando a fatura. “Já era esperado que fosse feito tudo isso. Como ele dividiu o problema com os Estados agora deu prazo. O acordo era de que para ajudar os Estados financeiramente teriam que ajudar nesta proposta e agora está cobrando a fatura. Não é correto estipular prazo. Vai prejudicar ainda mais os debates”.
Quem também demostrou não ter visto com bons olhos foi Mauricio Picarelli, deputado tucano. “Governo federal não tem que interferir quando os Estados vão definir as suas previdências. Não concordo com esse prazo. Tudo isso vai trazer ainda mais desconforto para as discussões. Temos que ter liberdade para debater”.
Prazo
O presidente Michel Temer pretende dar prazo de seis meses para que os governos estaduais e municipais aprovem uma reforma previdenciária para seus servidores. O governo federal fará uma emenda ao texto que tramita no Congresso Nacional, adicionando essa sugestão.
De acordo com a nova proposta, estados e municípios se submeterão à regra federal, conforme proposta que atualmente tramita na Câmara dos Deputados, caso não façam a própria reforma no tempo determinado.
A ideia de definir um prazo para que os entes federados organizem suas propostas surgiu de uma reunião ocorrida neste fim de semana entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano.
O objetivo é fazer com que as mudanças ocorram mais rápido em todo o país. Na prática, a emenda ao texto, se aprovada, vai pressionar governadores e prefeitos, uma vez que os servidores estaduais e municipais vão lutar pela aprovação de uma reforma mais benéfica para a categoria do que a oferecida pelo texto federal. (Agência Brasil)