Empresário diz que entende ‘modo de negação' dos políticos

O empresário , dono do Grupo JBS, publicou um artigo no Jornal Folha de São Paulo, neste domingo (23), e falou sobre as consequências de sua delação premiada, que abalou o país desde meados do último mês de maio.

Esta é a segunda vez que o empresário fala sobre a delação, em junho ele já havia concedido uma entrevista à Revista Época. Desta vez, Batista disse que o acordo firmado com a PGR (Procuradoria-Geral da República), e homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), ele sentiu-se um ‘novo ser humano', ‘com valores, entendimento e coragem para romper com elos inimagináveis da corrupção praticada pelas maiores autoridades do nosso país'.

Joesley escreveu que ficou surpreso e ‘angustiado' com o vazamento do conteúdo da delação, e que desJoesley rompe silêncio, cita multa de R$ 10 bilhões e diz que quer 'acabar com mentiras'

“Políticos, que até então se beneficiavam dos recursos da J&F para suas campanhas eleitorais, passaram a me criticar, lançando mão de mentiras. Disseram, por exemplo, que, depois da delação, eu estaria flanando livre e solto pela Quinta Avenida, quando, na verdade, nem em Nova York eu estava”, escreveu o empresário no artigo publicado pela Folha.

No texto, ele nega que tenha jantada em um luxuoso restaurante, ou que tenha assistido a uma etapa da F1, e também que sua delação possa ter servido para proteger o ex-presidente Lula (PT) e, ainda, assegurou a veracidade das gravações feitas em conversas com Michel Temer (PMDB) e Aécio Neves (PSDB).

Batista afirma que ainda mora em São Paulo, com mulher e filhos, reclama da pecha de ‘bandido' e ‘aproveitador', e diz que está se preocupa com o país, com a saúde financeira de suas empresas e os 270 mil empregos que ele alega serem gerados pelo grupo que preside.

Joesley também destaca que ‘não julga' políticos acusados por ele de receberem propinas de estarem no ‘modo de negação', já que antes da delação ele também ‘fazia o mesmo'. “Achava que estava convencendo os outros, mas na realidade enganava a mim mesmo, traía a minha história, não honrava o passado de trabalho da minha família.”.

Por fim, o dono do grupo JBS cita a multa de R$ 10,3 bilhões que faz parte do acordo firmado com a PGR, e diz que esse valor pagará ‘com sobras' possíveis danos ao país.