Temer admitiu ter encontrado empresário fora da agenda

Na denúncia de corrupção passiva apresentada pelo procurador-Geral da República, , contra o presidente (PMDB), o procurador afirma que Temer deu versões que “colidem entre si” sobre sua relação com o dono da JBS, .

Janot afirma que Temer teria negociado vantagem indevida com Joesley, na quantia de R$ 500 mil, recebida pelo ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures. Temer e Loures também teriam aceitado uma “promessa” de vantagem indevida de R$ 38 milhões de Joesley, segundo a denúncia.

Ao se pronunciar sobre as gravações do dono da JBS, em 18 de maio, Temer teria feito uma “confissão extrajudicial”, segundo Janot. No pronunciamento, o presidente admitiu que se encontrou com Joesley à noite, após o horário de sua agenda oficial, em sua residência oficial em Brasília, no Palácio do Jaburu.

Também no pronunciamento Temer teria se contradito ao dizer que recebeu Joesley pois o empresário estaria preocupado com a Operação Carne Fraca. No entanto, a conversa teria ocorrido no dia 7 de março, dez dias antes da Operação. Após ser questionado sobre essa contradição, Temer disse que “se equivocou”.Janot aponta contradições em versões de Temer sobre relação com Joesley

Outra condição apontada na denúncia da PGR se refere a quando Temer realizou uma viagem, em 2011, em um avião da JBS. Primeiro o governo negou que tal viagem tivesse ocorrido. Depois, admitiu que Temer fez a viagem, mas que não sabia quem era o dono da aeronave.

Uma terceira declaração de Temer é questionada, quando ao comentar o encontro com Joesley, o presidente afirmou que recebia regularmente “muitos empresários, políticos, trabalhadores, intelectuais e pessoas de diversos setores da sociedade brasileira” fora de sua agenda oficial, no Jaburu.

Segundo a denúncia da PGR, “não há registro de quaisquer compromissos” de Temer após às 22 horas em sua residência oficial. O presidente também “se recusou a apontar quem seriam essas pessoas com quem se encontraria”, de acordo com Janot.