Andrea Neves está presa preventivamente desde maio

Andrea Neves teve pedido de liberdade negado, nesta terça-feira (13), por três votos a dois na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Irmã do senador (PSDB-MG) ela foi presa durante operação da Polícia Federal, no dia 18 de maio, em Belo Horizonte.

Defesa alegou que a jornalista, denunciada por corrupção passiva ao pedir R$ 2 milhões para o empresário Joesley Batista, não tinha imputações como associação para o crime, lavagem de dinheiro ou obstrução à Justiça que eventualmente justificassem sua prisão preventiva.

Objetivo era assemelhar o caso de Andrea ao da irmã do doleiro Lúcio Funaro, Roberta Funaro, que obteve concessão de prisão domiciliar. Estratégia, no entanto, foi duramente criticada pela subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques.

“Acho que devia se abrir as portas da cadeia e soltar todo mundo”, rebateu a subprocuradora, considerando a jornalista “intermediária” de pedido de recurso para pagamento de advogado ao doador de R$ 60 milhões à campanha do irmão e senador Aécio Neves.

Voto divergente do ministro Luís Roberto Barroso, seguido pelos ministros Rosa Weber e Luiz Fux, ressaltou que Andrea deve continuar presa porque outros fatos supostamente criminosos e listados na ainda passam por apuração. 

Foram votos vencidos o relator do pedido de liberdade, ministro Marco Aurélio, e Alexandre de Moraes. Para Marco Aurélio, a prisão preventiva não poderia se manter pela suposição da PGR (Procuradoria-Geral da República) de que a jornalista poderia interferir nas investigações.

Em investigação aberta no STF, a irmã do senador é acusada de intermediar pagamento de honorários advocatícios de R$ 2 milhões pelo empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, em quatro parcelas e dando “legalidade ao que fizeram em 2014 para a campanha”.

No âmbito da delação, o empresário ainda afirmou que Andrea teria solicitado R$ 40 milhões para compra de um apartamento da mãe no Rio de Janeiro.