Senador e empresário teriam conversado sobre delações

O MPF (Ministério Público Federal) vai investigar o colega de (PSDB), o empresário Alexandre Acciolly. Segundo um delator da Odebrecht, Acciolly teria sido o intermediador de Aécio para o recebimento de propina paga pela empreiteira por meio de uma conta em Cingapura, em seu nome.

A Polícia Federal interceptou ligações recentemente entre Acciolly e o senador afastado Aécio Neves (PSDB), durante a Operação Patmos, em que acredita que o empresário e o parlamentar tenham conversado sobre delações da Andrade e Gutierrez.

Nas ligações, Aécio e o colega falam sobre “motoqueiros malucos” que teriam adiantado de contar coisas em um “passeio de moto”. Para a PF, os motoqueiros seriam os delatores, e o passeio de moto, a delação.

A Andrade Gutierrez adiantou, em 29 de abril, época das ligações, uma convocação do MPF para explicar o pagamento de propina referente às obras da usina hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.Interceptado em telefonema, colega de Aécio será investigado pelo MPF

A suspeita é que Aécio tenha acionado Acciolly para obter mais informações sobre os depoimentos prestados pelo dono da Andrade Gutierrez, Sérgio Andrade, sobre as relações entre o grupo e o senador tucano.

Ambos, o empresário e o senador, negam participação nas conversas. Aécio afirmou em um vídeo publicado em suas redes sociais que é “vítima de uma armação”.

Já Acciolly afirmou que na data das conversas, em 29 e 30 de abril, não conversou com o senador, a não ser no segundo diálogo. Segundo a defesa, nesses dias ele não estava em Belo Horizonte, como falado entre os interlocutores nas conversas, e sim em Búzios.

(com supervisão de Evelin Cáceres)