Trabalhista está no Senado e da Previdência na comissão da Câmara

Com o intuito de garantir a aprovação da reforma da Previdência, que deve chegar no plenário da Câmara Federal nesta quinta-feira, o governo federal montou uma operação de guerra para votar, nesta quarta-feira, o texto final da proposta na comissão especial. Deputados que votaram contra a reforma trabalhista estão sendo punidos, tendo seus indicados exonerados, segundo informações do Jornal O Globo.

De acordo com a publicação, o Palácio do Planalto segue atuando em várias frentes: começou a punir os deputados infiéis com as exonerações de indicações políticas, liberou emendas e escalou a tropa de choque comandada por ministros, líderes governistas dos partidos e parlamentares alinhados para fazer um corpo a corpo com todos os membros da base que integram a comissão. Também estão previstas algumas concessões pontuais.

Outra estratégia do governo para aprovar a reforma na comissão especial é a substituição de parlamentares. O deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), por exemplo, será trocado pelo líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP). O deputado foi atendido com as concessões nos benefícios assistenciais (Loas) pagos a idosos e deficientes de baixa renda, mas ainda resiste em votar com o governo. Segundo uma fonte, os parlamentares da base que continuarem indecisos serão substituídos.

Além disso, o governo preencheu com deputados aliados uma vaga que era do PR na comissão e outra do PEN. Agora, são 37 membros, com 23 a 25 votos favoráveis à reforma.

O presidente da comissão especial que analisa a reforma da Previdência, Carlos Marun (PMDB-RS), descartou qualquer possibilidade de adiar a votação da proposta. Ele disse que não há essa necessidade e que tem “absoluta certeza” de que o texto será aprovado na comissão. Segundo Marun, com o projeto aprovado, o governo terá segurança para convencer parlamentares e sociedade e garantir os 308 votos necessários para aprovar o projeto em plenário:

“Não existe necessidade (de adiamento). Nós temos absoluta segurança de uma maioria consistente na comissão. O projeto já foi bastante ajustado, as sugestões dos parlamentares e da sociedade foram em sua maioria incorporadas ao texto, não existe motivo para mais adiamentos”, disse Marun.

A previsão é encerrar a votação até esta quinta-feira. Marun não quis arriscar um placar para a votação na comissão, mas disse que “gostaria de ter uma aprovação por 3/5”. Isso corresponderia a 22 votos favoráveis entre os 37 membros da comissão.

Em relação à votação em plenário, ele afirmou que caberá aos líderes e a Rodrigo Maia decidirem qual será o momento adequado para colocar o projeto em pauta. Questionado, ele afirmou que “seria irresponsável” da parte do governo não se preocupar com a aprovação do texto.