Governo de MS pressiona JBS a responder sobre possíveis falhas com o fisco

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O governo de Mato Grosso do Sul notificou o Grupo JBS para que responda a diversos questionamentos sobre o fisco estadual, desde investimentos até falhas nos acordos que deveriam ter sido cumpridos, revelou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) nesta segunda-feira (16) durante agenda na Assomasul.

Reinaldo também esclareceu que apesar da Justiça ter autorizado o bloqueio de R$ 115.925.515,69 do Grupo JBS e J&F, a pedido da CPI da Propina, o dinheiro ainda não está disponível ao Estado. “Quando a Justiça autoriza o bloqueio, já sinaliza que o recurso vai ficar indisponível às empresas, mas não significa que está disponível ao Estado”.

O valor corresponde ao solicitado em ação pelos deputados que compõe a CPI da Propina. Ao todo, oito unidades operam em MS: Duas em Campo Grande, uma em Coxim, Nova Andradina, Ponta Porã, Naviraí, Sidrolândia e Anastácio. O pedido refere-se ao primeiro Tare (Termo de Ajustamento de Regime Especial), que compreende investimentos em maquinários que não foram realizados.

Os outros quatro Tares são referentes a bois, referentes a R$ 614 milhões, somados. Ao todo, são R$ 779 milhões em recursos investigados. De acordo com a CPI, a empresa deveria investir R$ 285 milhões nas oito unidades, mas antes das visitas a todas elas, programadas pelas investigações dos parlamentares, o próprio grupo admitiu que não havia cumprido os acordos. Em Campo Grande, por exemplo, a empresa deveria ter construído uma fábrica de hambúrgueres, que não foi feita.

Presidente da Casa, Junior Mochi anunciou a vitória em entrevista coletiva na tarde desta quinta. “A parte operacional da JBS segue trabalhando, já que os bloqueios apenas impedem que as unidades sejam vendidas. 65% dos abates feitos no Estado são realizados pelo grupo empresarial”.

Quando os trabalhos da CPI da Assembleia forem concluídos, um relatório será encaminhado à CPMI da Câmara Federal. Os trabalhos devem ser concluídos em 27 de outubro. Presidente da Comissão, Paulo Correa (PR) avisou que não existe corrupção por parte de membros do governo do Estado.

“Não existe essa história de boi de papel. Selecionamos quatro produtores para entregar as notas fiscais e não encontramos irregularidades”. Dos convidados, dois são o secretário estadual de Fazenda Márcio Monteiro e o deputado estadual Zé Teixeira (DEM). “Não existem incongruências em relação às notas fiscais. A dupla Joesley e Wesley é de grandes falastrões, que exageraram a dose”, concluiu.

Em nota, a JBS informou que irá recorrer da decisão. “A Companhia esclarece que não foi intimada a se manifestar na CPI ou em Juízo. A JBS informa ainda que segue com suas atividades normalmente e emprega mais de 135 mil colaboradores no Brasil”, diz.

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