Temer é investigado em um inquérito no STF

Prestes a ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer (PMDB) reconheceu, durante viagem a Oslo, na Noruega, que o Brasil vive uma crise política. Temer é investigado em um inquérito no STF que, nesta semana, apontou evidências “com vigor” de que o peemedebista cometeu o crime de corrupção passiva no caso da entrega da mala com 500.000 reais da JBS ao ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures.‘Eu reconheço que há uma crise política’, diz Temer na Noruega

“Eu reconheço que há uma crise política, é evidente”, disse o presidente no país europeu. Apesar de reconhecer a existência da crise, Temer garante que ela não afeta a economia. “É interessante, a crise política não está invalidando a economia”, observou. “Podem pegar os dados de emprego em maio, no mês anterior foram 60.000 vagas”, completou, sem citar que a crise instalada no governo com as delações da JBS começou no dia 17 de maio, ou seja, ainda não existia em abril.

O presidente também mencionou os dois processos que move contra o dono do Grupo J&F e delator, Joesley Batista, por danos morais, calúnia, difamação e injúria e declarou que recorrerá da decisão do juiz que não aceitou sua queixa-crime contra o empresário. O juiz Marcos Vinícius Reis, da 12ª Vara Federal de Brasília, rejeitou a ação na última terça-feira.

“Foi recusado, mas vai haver recurso”, afirmou. “O que o juiz disse é que, se você ofender alguém, isso é liberdade de expressão. Se for assim, e eu não vou fazer isso com ninguém, eu poderia dizer as maiores barbaridades das pessoas da família de alguém e dizer que é liberdade de expressão e que não se pode fazer nada”, argumentou. “Essas questões se resolvem no plano jurídico e vai ao Judiciário”, completou.

As ações de Michel Temer contra Joesley Batista foram levadas à Justiça depois de entrevista do delator à revista Época, em que ele apontou Temer como “chefe de quadrilha”. Para a defesa do peemedebista, o executivo agiu por “ódio” para prejudicar o presidente e “se salvar dos seus crimes”. “O cidadão que faz as acusações que faz, eu estou propondo ações competentes, pelo Judiciário”, disse o peemedebista.