Petista nega negociar caixa 2 com empresa

A ex-presidenta (PT) declarou, por meio de uma nota enviada a imprensa nesta quinta-feira (2), que considera “mentirosas” e “seletivas” as declarações de Marcelo Odebrecht de que sua empresa teria pago dinheiro a sua campanha via caixa dois.

Odebrecht disse, em depoimento dado nesta quarta-feira (1) que destinou R$ 120 milhões, por meio de caixa dois, à campanha da chapa Dilma-Temer em 2014. Por conta das denúncias da empreiteira, o PSDB entrou com um pedido de cassação da chapa.

De acordo com a nota, “é mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014”.

Odebrecht afirmou também que a petista conhecia os pagamentos e que frequentemente o empresário negociava com seu alto escalão. Ele citou Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma, com quem teria negociado repasses a campanhas eleitorais.

A nota de Dilma também nega que Guiho Mantega tenha negociado em nome da chapa. “Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação”.

Para a ex-presidente, “estranhamente” sempre são divulgados trechos de maneira seletiva de delações a seu respeito. “E ocorrem justamente quando novas suspeitas contra os artífices do Golpe de 2016”.

Dilma se refere a crise provocada pela delação de José Yunes, ex-assessor de Temer, que declarou ter recebido R$ 10 milhões de um operador de Eduardo Cunha (PMDB) a pedido do ministro da Casa Civil Eliseu Padilha. O dinheiro seria destinado à campanha de Michel Temer (PMDB).

Confira a nota na íntegra:

Sobre as declarações do empresário Marcelo Odebrecht em depoimento à Justiça Eleitoral, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff afirma:

1. É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014.

2. Também não é verdade que Dilma Rousseff tenha indicado o ex-ministro Guido Mantega como seu representante junto a qualquer empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas presidenciais. Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação.

3. A insistência em impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos.

4. Estranhamente, são divulgadas à imprensa, sempre de maneira seletiva, trechos de declarações ou informações truncadas. E ocorrem justamente quando vêm à tona novas suspeitas contra os artífices do Golpe de 2016, que resultou no impeachment da ex-presidenta da República.

5. Dilma Rousseff tem a certeza de que a verdade irá prevalecer e o caráter lesivo das acusações infundadas será reparado na própria Justiça.

6. Por fim, cabe reiterar que todas as doações às campanhas de Dilma Rousseff foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

(com supervisão de Evelin Araujo)