Delatores se reuniram para encaminhar propina ao PMDB
Delação, Lúcio Funaro, PMDB, JBS, Joesley Batista e propina. Estes são alguns dos termos que ligam as Operações Lava Jato e Lama Asfáltica, e que ganharam novos contornos com a quebra do sigilo sobre colaboração do pecuarista Ivanildo da Cunha Miranda, ex-operador do ex-governador André Puccinelli (PMDB).
Em um dos trechos de sua delação, que se tornou pública nesta terça-feira (14), horas após a deflagração da Operação Papiros de Lama, 5ª fase da Lama Asfáltica, Ivanildo relata um encontro com o doleiro Lúcio Funaro, apontado no âmbito da Lava Jato como operador de propinas do PMDB, e homem de confiança do ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
De acordo com o agora delator, Ivanildo Miranda, na campanha de 2012, quando Puccinelli lançou o então deputado federal e secretário de obras de MS, Edson Giroto, como candidato a prefeito, um dos donos da JBS, Joesley Batista, teria prometida ao peemedebista um ‘ajuda’ de R$ 20 milhões.
O pecuarista foi então a São Paulo, na sede da J&F, buscar o dinheiro, mas parte desse montante, por orientação do próprio Joesley, deveria ser ‘apanhado’ no escritório de Lúcio Funaro, também na Capital paulista.
O valor recebido de Funaro foi repassado ao PMDB, todavia não há especificação se o dinheiro foi para o diretório e candidatos regionais ou para o diretório nacional.
O depoimento de Ivanildo, segundo a Justiça Federal, é corroborado pelos depoimentos de funcionários da JBS, que foram intimados a depor após a delação do pecuarista. Alguns destes funcionários, são os mesmos ouvidos pela PGR (Procuradora-Geral da República), no âmbito do acordo de delação dos irmãos Batista, que abalou a República
Os funcionários da multinacional entregaram à PF cópias de planilhas, notas fiscais e comprovantes bancários de pagamentos das supostas propinas, que foram anexados ao processo.