Ex-prefeito foi sentenciado por pegar cheque em branco de fiéis

Renê Siufi, advogado que defende o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, condenado ontem, quarta-feira (24), a oito anos e quatro meses por participação em uma trama que ficou conhecida como “cheque em branco”, disse que ainda não preparou a defesa e não afasta a possibilidade de prisão de cliente, já que a decisão prevê regime fechado.

A sentença deve ser efetuada depois de o desfecho do julgamento ser publicado no Diário Oficial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, o que até esta quinta-feira (25), ainda não aconteceu. E na edição de amanhã, sexta-feira (26), o acórdão, decisão final proferida sobre um processo por tribunal superior, ainda não será publicada. Ao menos na edição eletrônica do Diário Oficial do TJ-MS, já disponível pela internet, não consta o nome do ex-prefeito.

Siufi disse que não participou do julgamento porque tinha compromisso marcado e a corte não concordou em transferi-lo para outra data. “Ainda não vi o conteúdo da sentença, razão que ainda não fiz a defesa. Depois do acórdão publicado é que vou ver de que forma vou preparar o recurso”, disse o defensor.

Ele não afastou a hipótese de o ex-prefeito ser preso antes de preparar a defesa. “[Olarte] Pode, sim, ser preso”, acrescentou Renê Siufi.

O Tribunal de Justiça informou que não há data definida para a publicação do acórdão, mas não demora mais que uma semana. Depois da publicação, o advogado tem 48 horar para apresentar a defesa.

Condenação

Além da prisão, Olarte deverá pagar uma multa de pouco mais de R$ 3 mil. Ronan Feitosa, que foi assessor especial, foi condenado a 4 anos e seis meses de prisão. Desses, sete meses serão descontados porque ele já estava preso.

Ronan é acusado de ter intermediado a troca de cheques por promessas de vantagens na Prefeitura. Luiz Márcio dos Santos Feliciano, que também teria ajudado o pastor nas negociações com as vítimas, foi condenado a um ano de reclusão e três dias multa, pena substituída por tratamento ambulatorial por período mínimo de dois anos.

O ex-prefeito é acusado de pegar folhas de cheque emprestadas de fiéis da igreja Nova Aliança e trocar por dinheiro com agiotas, com promessa de benefícios caso se tornasse o prefeito de Campo Grande.