Bloqueio de bens não ficou claro para os trabalhadores
Vários sindicatos que representam os trabalhadores das indústrias de carne e alimentos de Mato Grosso do Sul que atuam nas empresas JBS estão nesta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa para protestar. O receio da categoria é que o bloqueio de bens autorizado pela Justiça venha a cortar empregos.
A ação proposta pela Casa resultou no bloqueio de R$ 730 milhões em bens da JBS no Estado. Uma reunião para esclarecer que bens do Grupo serão bloqueados será feita às 11h, no intuito de acalmar os trabalhadores, que acreditam eu a situação pode inviabilizar o capital de giro, afetando os abates e gerando efeito cascata de fechamento de unidades.
Os deputados Pedro Kemp e João Grandão (PT) estiveram reunidos ontem com o titular da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Felini. “A CPI não quer prejudicar os trabalhadores. O bloqueio é só aos bens da empresa. Acredito que o juiz não vá bloquear salário de trabalhador”, disse Kemp.
Rinaldo Modesto (PSDB), líder do governo na Casa, afirmou que o jurídico da CPI deve avaliar a extensão do bloqueio de bens efetivamente e negociar um jeito de ressarcir o Estado dos incentivos fiscais.
Presidente da Casa, Junior Mochi defende o trabalho da Comissão. “Fizeram o que tem que ser feito, que é resguardar os interesses do Estado. Obviamente que também tem que ter o interesse da preservação do emprego”. Mochi acredita que a empresa já deveria ter se colocado à disposição e ter ressarcido o governo antes de ter sido acionada judicialmente.
Paulo Correa (PR), presidente da CPI, concordou com a reunião e acredita que ela será importante para mostrar aos trabalhadores sobre o impacto do bloqueio de bens. Antes de ouvir a categoria, o deputado acreditou que a manifestação queria diminuir o trabalho da CPI, que conseguiu o bloqueio de bens. “É importante que se esclareça”, pontuou.