Cenário é de queda de arrecadação e incerteza política.

O secretário de Estado de Administração, Carlos Alberto de Assis, reconheceu neste sábado (8) que o governo de Mato Grosso do Sul está com dificuldade para manter o pagamento do funcionalismo. “O meu pessoal acabou de voltar do Consad [Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Administração]. Eu não pude ir por causa das negociações salariais. E o que eles ouviram é que o cenário em todo o país é o mesmo. Os estados não sabem o que fazer. Todos estão com muita dificuldade”, disse Assis ao Midiamax .

Mato Grosso do Sul possui 49 mil servidores ativos e 21 inativos. A folha salarial, sem o reajuste linear de 2,94% para ser pago a partir de outubro, é de aproximadamente R$ 480 milhões (valor bruto). O impacto do aumento na folha, segundo o governo, será de R$ 11 milhões.

Assis afirmou que o cenário é de crise financeira por conta da queda da arrecadação do ICMS do gás e da possibilidade de queda do presidente Michel Temer, o que gera uma incerteza na economia. “Não sabemos se o Temer continua. Não tem segurança. Isso nos dá intranquilidade”, declarou. “Hoje, estamos pagando os salários com muita dificuldade”.

O secretário já havia afirmado que o governo não tem dinheiro guardado para o 13º salário do funcionalismo, mas que está trabalhando para garantir o pagamento. A principal esperança do governo Reinaldo Azambuja para manter as contas em dia está em uma renegociação da dívida do estado com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Questionado sobre uma suposta possibilidade de parcelamento de salários por conta dessa dificuldade, o secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, afirmou por meio da assessoria de imprensa que não confirma essa informação.