Deputados votam nesta quarta criação de fundo de R$ 3,6 bilhões

O plenário da Câmara dos Deputados vota nesta quarta-feira (16) a proposta que cria um fundo para financiamento de campanhas de R$ 3,6 bilhões, abastecido com recursos públicos. A proposta enfrenta resistência, por não estarem definidas as fontes de onde os recursos seriam retirados.

Deputados tem se oposto a ideia de retirar recursos das emendas de bancadas, uma das possibilidades previstas na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Cerca de 3,07 bilhões em emendas deixariam de ser recebidos pelos parlamentares, dessa forma.

Inquietos, parte dos parlamentares defende a volta do financiamento privado de campanha, com a doação de empresas para as eleições. A ideia causa desconforto, frente às revelações da Lava-Jato de atuação criminosa de empresas junto a agentes políticos, como a Odebrecht e a JBS. 

Senadores como Renan Calheiros (PMDB), Fernado Collor (PTC) e Armando Monteiro (PTB) defenderam a volta do financiamento de campanha por empresas em um jantar na semana passada, na casa do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Câmara discute volta de doações de empresas para campanhas eleitorais

“Costumam dizer que não tem sentido trazer o financiamento empresarial por causa das mazelas expostas pela Lava Jato. Eu acho o contrário. Se tiver financiamento com regras muito claras e rígidas, com limites individuais, podemos fazer algo compatível com o modelo adotado no Brasil”, disse Armando Monteiro ao jornal Estadão.

O senador Aécio Neves (PSDB), presidente licenciado do PSDB, disse que o financiamento por empresas seria “um dos caminhos” alternativos a criação do fundo de R$ 3,6 bilhões. Ele acredita, entretanto, que a proposta “vai esbarrar no Supremo”.