Desde que fosse uma emergência justificada

O Setor de Operações Estruturadas da , conhecido como o departamento de propina da empresa, não fazia pagamentos nem nas segundas, nem nas sextas-feiras. Isso porque era comum os funcionários responsáveis pela área faltarem nesses dias, por conta da “cachaça do final de semana”. Quem revelou essa rotina de pagamentos foi o delator Hilberto Mascarenhas Silva, chefe do setor. Ele acrescentou que, em ocasiões excepcionais, eram permitidos pagamentos nas segundas e nas sextas, desde que fosse uma emergência devidamente justificada.

“Tinha uma tentativa nossa, que funcionou muito bem, 80% (das vezes), que era não pagar nada nem segunda, nem sexta. Isso não era uma exigência nossa não, era uma exigência dos operadores de pagavam. Eles achavam que na segunda-feira muita gente faltava porque tomava cachaça no final de semana. E sexta o cara já estava na cachaça também, então não vinha trabalhar. Quando tinha coisa urgente, aí a gente entrava no processo de solicitação e exceção do que era urgente. Mas a ideia era ter pagamento só terça, quarta e quinta”, declarou Silva.

Em seus depoimentos, o líder do departamento de propina confirmou que o codinome “Amigo”, que aparece na planilha da empresa, é uma referência ao ex-presidente Lula. Na delação, Silva negou que tenha sido solicitado a ele algum pagamento para o “Amigo”.

O delator afirmou, no entanto, que a empreiteira pagava uma espécie de “mesada” para o irmão de Lula, Frei Chico. Segundo Silva, eram pagos a ele cerca de R$ 5 mil .