Italiano afirma que uma ‘festa’ estava preparada
Prestes a ser extraditado, o italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira (12), que a prisão dele em Corumbá, no Pantanal Sul-mato-grossense, foi uma armação. Ele também comparou a extradição a uma pena de morte.
Ele reafirmou que foi à Bolívia para comprar casacos de couro, vinhos e material para pesca, mas disse acreditar que o shopping ficava em uma zona franca, e não em território boliviano. “Mas eles (policiais federais) estavam atrás da gente. Estavam esperando. Há tempos esta operação vem sendo armada com ajuda da Embaixada Italiana. Era evidente. Tinha pessoal que não era para estar trabalhando na fronteira. O fato é que estava tudo preparado, uma festa na delegacia. Estavam bem contentes, dançavam. Estavam convencidos que de lá eu iria para a Itália, que não me soltariam”, disse.
De acordo com ele, a polícia contabilizou como dele dinheiro apreendido de dois colegas. “Como se sustenta que três pessoas viajam e dois deles não tem nenhum centavo? Não dá. Eles começaram a pegar o dinheiro dos três, colocaram em cima de uma caixa de papelão. Espalharam como se fosse uma dessas malas aí e começaram a fazer fotos. O dinheiro era dos três, mas eles já começaram com essa história que estão contando agora (de que o dinheiro era todo de Battisti). Quando alguém tentava dizer que era dono do dinheiro, eles mandavam calar a boca. Eles forjaram um crime que não existia. Confesso que não tinha nem ideia dessa coisa de fronteira, mas o dinheiro era dos três”.
Esquerda
Battisti voltou a afirmar que não matou as quatro pessoas e disse que só um governo do PT negaria sua extradição. Ele afirmou ainda que valeu a pena ter lutado pela ideologia comunista.