Aviso de ‘reajuste zero’ para servidores estaduais em 2017 revolta categorias

Azambuja disse que reajuste é praticamente impossível 

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Azambuja disse que reajuste é praticamente impossível 

A declaração do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) de que os servidores estaduais correm grande risco de não ter reajuste salarial em 2017 repercutiu negativamente e gerou revolta entre sindicalistas de várias categorias ouvidas pelo Jornal Midiamax. Na tarde desta terça-feira (28), o governador afirmou que o reajuste é “quase impossível”.

Azambuja deu uma série de justificativas que impedem, segundo ele, o incremento salarial. Entre elas o aumento de 34% na folha salarial nos últimos dois anos depois de plano de Cargos e Carreiras, implantado pelo ex-governador André Puccinelli (PMDB). O chefe do Executivo também relembrou a crise financeira que o país atravessa e a prorrogação do abono salarial de até R$ 200, que acabaria neste mês, mas foi estendido até março do ano que vem.

Para o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botarelli, a declaração de Azambuja causa preocupação. “Dia 19 de maio teremos uma assembleia geral com a categoria depois de percorrermos o Estado. Nós queremos que o abono seja incorporado ao salário, e correção da inflação mais ganho de 4%. Os professores e o administrativo da Educação não abrem mão do reajuste. Se o governo quiser arroxar, vai pagar o preço político por isso”, declarou Botarelli, que não descarta greve dos professores. 

Presidente do Sintss (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de MS), Ricardo Bueno, disse à reportagem que a declaração de Azambuja foi recebida com surpresa, principalmente para ele, que pela manhã se reuniu com chefes da Secretaria de Administração, que se mostraram positivos em conceder reajuste aos servidores.

“É preocupante. Queremos a perda de 7,45%, entre ano passado e esse ano, incorporação do abono e ganho real. Só o abono prorrogado está totalmente fora, a gente tem que conversar na mesa, só pela imprensa fica mais difícil. A gente precisa de diálogo”, disse.

O sindicalista lembrou que o Fórum dos Servidores encaminhou ofício ao Estado, em março, solicitando audiência com Azambuja para discutir o reajuste. “Reiteramos esse ofício mais duas vezes e não foi respondido. É extremamente complicada essa situação”.

Diretor jurídico do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Max Dourado, classificou a fala do governador como triste. “Sabemos que o cenário nacional não é favorável, mas o Governo de Mato Grosso do Sul tem dado sinais de melhora. Entendo que o que há é falta de boa vontade em atender as demandas das categorias e adequar as contas. Pleiteamos a reposição da inflação e a incorporação do abono, para nossa categoria isso seria um acordo razoável”, disse.

No caso dos policiais civis, há três abonos e vigor, dois deles das gestões passadas. A categoria solicita ao governo que as três remunerações sejam incluídas no salário-base dos agentes.

Coronel Alírio Villasantti, presidente da AOFMS (Associação dos Oficiais Militares Estaduais de Mato Grosso do Sul), ressaltou que estudos indicam que há condições de haver avanços na negociação do reajuste.  “Já estamos há dois anos sem aumento efetivo, abono não é reajuste salarial. Já que tudo aumentou, não podemos perder salário, precisamos de pelo menos a reposição da inflação”.

Para o tenente Thiago Mônaco Marques, presidente da ABSSMS (Associação dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais do quadro de Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do MS), “se o governo gasta muito dinheiro o problema não é dos servidores, é dele, é um problema de gestão. Queremos que ele cumpra o que diz a Constituição e garanta pelo menos a reposição da inflação dos últimos dois anos em que não tivemos reajuste, isso é o mínimo, e vale lembrar que reposição da inflação não é aumento”,

Vice-presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS), Lourival Mota, também avaliou a declaração de Azambuja como preocupante, e reafirmou o fato do salário estar defasado há três anos. “Se confirmar, é realmente preocupante. O abono, quando deliberaram, nos disseram que não haveria redução salarial. Reajuste zero é o que estão nos apresentado agora.

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