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Política

Associação diz que 6 horas de gravações flagram ‘propina sistemática’ no Governo

Delação da JBS motivou denúncias do setor em MS, diz Assocarne
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Delação da JBS motivou denúncias do setor em MS, diz Assocarne

Empresários do setor frigorífico acusam o governo estadual de ter, desde 2015, sistematizado suposto esquema de cobrança de propina em troca de benefícios fiscais na Sefaz-MS (Secretaria de Estado de Fazenda de ), chefiada por Márcio Monteiro (PSDB), e com participação de integrantes de alto escalão da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB).

A Assocarnes-MS (Associação dos Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidoras de Carnes do Estado de Mato Grosso do Sul), que representa o setor, diz que mais de 6 horas de áudios e vídeos foram gravados flagrando o pagamento a servidores e interlocutores da gestão tucana.

A reportagem entrou em contato com Governo Estadual para falar sobre as denúncias. Em nota, a assessoria informou que todas as respostas sobre as denúncias já foram esclarecidas pelo secretário de Governo, Eduardo Riedel. Em coletiva, ele acusou os denunciantes de serem sonegadores de impostos e negou a cobrança de propina.

‘Achacados e seduzidos’

“Foram vários e vários empresário achacados, seduzidos por essa equipe de governo. Pode existir uma coincidência temporal, mas os fatos estão vindo à luz de 2015 para cá. Aumentou muito o nível de reclamação (da cobrança de propina)”, relata o presidente da Assocarnes-MS, João Alberto Dias. A entidade representa mais de 30 empresas em operação no Estado.Associação diz que 6 horas de gravações flagram 'propina sistemática' no Governo

Dias conta que a Assocarnes foi informada por filiados sobre a gravação, em áudio e vídeo, da cobrança e pagamento de propina em troca de benefícios fiscais e concessão de licenças de operação. Num total de mais de seis horas de flagrantes feitos por diversos donos de frigoríficos.

Para o presidente da Associação, a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, principalmente no que diz respeito a Mato Grosso do Sul, motivou outros empresários a denunciarem o suposto esquema sistemático de cobrança de propina.

“Temos uma cultura no nosso Estado, cultura do medo, que faz com que gestores mal intencionados pratiquem atos de improbidade e fiquem impunes. A foi um divisor de águas para tentar quebrar essa cultura. Esperamos que outros empresários, até de outros segmentos, tenham coragem e venham a público denunciar”, disse Dias.

João Alberto destaca que a alta movimentação financeira dos frigoríficos pode chamar a atenção de ‘gestores mal intencionados’, todavia ele garante que a margem de lucro do setor, principalmente dos pequenos e médios, é pequena.

Vítimas da JBS

Há dois, em 2015, anos a Assocarnes, que agora celebra a delação da JBS, encampou um movimento contra o grupo, maior processador de proteína animal do mundo, sob acusação de que a empresa praticou ‘dumping’, redução do preço vigente no mercado com intenção de eliminar concorrentes, e que recebeu benefícios superiores aos demais do setor, incentivos fiscais de quase R$ 1 bilhão concedidos na gestão Azambuja.

“Naquele momento fomos brutalmente pressionados pelo governador (Reinaldo) a parar com movimento, porque estaríamos prejudicando grande grupo investidor de Mato Grosso do Sul. Na verdade, foram 7 meses de luta e o próprio grupo JBS sentiu impacto dessa ação e recuou”, frisou o presidente da Associação dos Frigoríficos.

O movimento perdeu força depois que a Assocarnes fez uma denúncia da multinacional no CADE (Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico), e empresários do Estado recuaram temendo possíveis retaliações do governo tucano.

‘Mais coisas’…

Empresários e associação preparam novas denúncias sobre suposto esquema de pagamento de propina em troca de concessão de benefícios fiscais e concessão de licenças, com provas, garante Dias, documentais e as muitas horas de gravações, em áudio e vídeo. “Mais coisa vira à tona muito em breve”, promete.

Além de MPE-MS (Ministério Público Federal) e MPF (Ministério Público Federal), o dirigente revela que a associação vai pedir apuração e acompanhamento detalhado das denúncias e investigações em órgãos como Ordem dos Advogados e a Assembleia Legislativa.

A reportagem apurou, junto a fontes do próprio governo, que a Assocarnes chegou a se reunir com o governador e demais integrantes do primeiro escalão da gestão tucana logo no primeiro ano da administração Azambuja.

“Apoiamos o governo no início, buscamos alinhar nossos pensamentos com Reinaldo, para que ele, sendo homem vindo do , pudesse ser mais sensível às causas que nos afligem, mas infelizmente ele não deu sequência a esse relacionamento e sua equipe acabou tomando outro rumo”, reclama João Alberto.

O presidente da associação que representa frigoríficos em operação no Estado ainda revelou que a denúncia feita pelo empresário João Alberto Berger, do curtume Braz Peli, será anexada à denúncia de Wesley Batista.

Relembre a gravação na qual o ex-secretário da Casa Civil, Sérgio de Paula (PSDB), orienta Berger a procurar José Ricardo Guimaro, o Polaco, para obter ajuda junto à Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda). 

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