Foram 82 deputados e 16 senadores

Desde a apresentação da denúncia por corrupção passiva pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer (PMDB), na Câmara dos Deputados, quase 100 parlamentares foram recebidos pelo presidente em seu Palácio do Planalto.

Segundo levantamento do jornal Estado de S. Paulo, entre 19 de junho e este domingo (16), o presidente recebeu 82 deputados e 16 senadores em seu gabinete. O número representa 15% de toda a Câmara dos Deputados, e 20% do Senado.

O Estado também constatou que o número aumentou consideravelmente após a chegada da denúncia ao Congresso. Por exemplo, entre os dias 1 a 18 de junho, que correspondem a um mesmo intervalo de dezoito dias, haviam sido recebidos 41 parlamentares pelo presidente.

Em um dia de intensa atividade, o preisdente chegou a receber 30 deputados em seu gabinete, no dia 4 de julho, entrando no Planalto às 8h e deixando a sala apenas as 22h30. 

Às vésperas da votação da denúncia na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), ocorrida na última quinta-feira (13), Temer recebeu 49 deputados em seu gabinete entre a terça-feira (11) e quarta-ferira (12).Após denúncia, Temer recebeu quase 100 parlamentares em reuniões

O Estado ainda apurou que, dos 40 deputados que votaram a favor da rejeição da denúncia contra Temer na CCJ, 26 estiveram com ele em seu gabinete. 

O melhor exemplo é o deputado Paulo Abi-Abckel (PSDB), autor do relatório pró-Temer apresentado na rejeição. O tucano se reuniu quatro vezes com Temer nesse período. A última reunião aconteceu no Jaburu, em um almoço com o presidente no sábado (15).

Segundo o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi, a quantidade de deputados recebidos pelo presidente se deve à sua “abertura” com o Congresso. “Ele sempre teve uma agenda muito aberta para os parlamentares. Mas isso é importante, os deputados sempre pedem reuniões, é importante que o presidente atenda”, disse.

Já o deputado Alessandro Molon (Rede) acredita que a conduta do presidente seja ilegal, e pedirá que a PGR investique o caso. “Queremos impedir que Temer continue usando dinheiro público para obstruir a Justiça e permanecer impune com a ajuda do Congresso”, afirmou.