Coronel é investigado em operação da PF

O coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo pessoal do presidente , é proprietário da empresa Argeplan Arquitetura, que mantém contrato com o governo Federal por meio da Valec, estatal do setor ferroviário, em uma obra paralisada.

A Argeplan é investigada na Operação Patmos, da Polícia Federal. A empresa de João Baptista assinou contrato com a Valec em 2010, na época em que a estatal era presidida por José Francisco das Neves, o Juquinha, preso e condenado sob acusação de desvios na empresa.

As denúncias são do jornal Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, somando o contrato com a Valec e com outras empresas públicas do governo Federal e de governos estaduais, a empresa do coronel João Baptista estaria envolvida em contratos avaliados em R$ 295 milhões, assinados entre 2009 e 2013.

Na maior parte dos contratos, a Argeplan foi contratada em consórcio com outras empresas. No contrato com a Valec, por exemplo, a empresa de João Baptista teria recebido R$ 11 milhões para atuar na construção de um dos lotes da Ferrovia de Integração Oeste-Leste.

Segundo a Valec, as obras estariam paralisadas por uma “decisão unilateral” da estatal, devido à “rescisão do contrato de construção” por conta do “descumprimento das obrigações do consórcio Andrade Gutierrez/Barbosa Melo”. Com isso, os pagamentos à Argeplan estariam suspensos.Amigo de Temer tem contratos de R$ 295 milhões com estatais, diz jornal

A empresa do amigo de Temer também mantém contratos nas obras da usina nuclear Angra 3, no Metrô de São Paulo, junto à construtora de estradas Dersa, também de São Paulo, e mais duas contratações com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte).

Delatores da JBS afirmaram à PGR (Procuradoria-Geral da República) que em 2014 a empresa de carnes teria entregue R$ 1 milhão às mãos de João Baptista, na sede da Argeplan. O dinheiro teria como destino o presidente Michel Temer, na época candidato a vice-presidente.

Durante a Operação Patmos, a Polícia Federal encontrou na sede da Argeplan documentos que apontam que o escritório do amigo de Temer teria sido responsável pela reforma na casa de uma das filhas do presidente, Maristela Temer.

(com supervisão de Evelin Cáceres)