Dizem que população vai cobrar mais transparência

Em âmbito municipal a nova lista de Janot ainda não causa tanto pânico, contudo os vereadores sabem que a cobrança da população cresce, assim como a crise política instalada desde 2014 no Brasil. Nessa terça-feira (14) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou série de nomes ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo abertura de 83 inquéritos para investigar políticos com foro privilegiado.

Ele teve como base as delações premiadas feitas por integrantes da Odebrecht à Operação Lava Jato. ‘Novato’ no Legislativo da Capital, Odilon Júnior (PDT), defende que o procurador tem todo o direito de pedir investigação, mas receio de que haja julgamento antecipado por parte da mídia e da população.

De qualquer forma, avalia que toda essa situação vai servir para crescimento da sociedade e também dos políticos que têm outro desafio além de manter-se longe de investigações. “Populares têm anseio por renovação e esse será o peso da responsabilidade. Essa lista com certeza vai gerar maior impacto no mundo político”.

Conhecido pela militância que bradou pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) nas ruas de Campo Grande, Vinícius Siqueira (DEM) garante que não vai mudar o discurso agora que outros partidos estão implicados na lista. Holofote que era focado mais ao PT, agora se voltou com mais força sobre o PMDB e PSDB, deixando as três maiores siglas do país no olho do furacão.

“Independente do partido, até se for do meu, sou a favor da investigação e que sejam punidos os culpados, doa a quem doer. Eu enquanto parlamentar não posso defender ninguém e acho que vai refletir aqui ( em Mato Grosso do Sul) sim”, opinou. Quanto o caminho a ser seguido, ele não tem dúvida de que a população vai cobrar cada vez mais transparência.

João Rocha (PSDB), presidente da Câmara Municipal, destaca que cada um dos denunciados terão o direito de ampla defesa e os culpados terão que responder. Sobre o dirigente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, estar entre os nomes, ele acredita que não vai afetar a sigla, já que a sociedade avalia individualmente. “Eles respondem como cidadão, de forma individual. Respondem como responsáveis aos cargos que foram eleitos”.

O tucano diz ainda que o eleitor tem o dever de participar ativamente, acompanhar os parlamentares, porém se coloca contra aos protestos com base na “anarquia”. Otávio Trad (PTB) acredita que os culpados tem de ser punidos com rapidez para que o Brasil volte a crescer. “Momento complicado que a política do Brasil está vivendo, esperamos sair o mais rápido possível desta crise porque afeta diretamente na economia”, conclui.