Senador se preocupava com Odebrecht

O senador afastado (PSDB) demonstrava preocupação em conversas por telefone dias antes da ter sido homologada na Justiça, conforme mostram grampos no celular do tucano feitos pela Polícia Federal.

No dia 20 de abril, Aécio conversava com a irmã, a jornalista Andrea Neves, sobre a publicação de um artigo no jornal de Minas, em que explicaria algumas acusações sofridas nas delações da Odebrecht.

Não foram, entretanto, as revelações da Odebrecht que resultaram no afastamento do senador e na prisão da irmã, e sim as delações da JBS, ocorridas um mês depois das conversas.

No dia 17 de abril, em outra conversa grampeada, Aécio teria ligado irritado para o governador do Paraná, Beto Ricah (PSDB), para cobrar que o chefe da Casa Civil do Estado, Valdir Rossoni, apagasse um vídeo das redes sociais.

No vídeo, Rossoni cobrava explicações do senador sobre as acusações da Odebrecht. “Ou ele arranca isso agora [e diz que] foi mal-entendido ou acabou aí entre a gente”, diz Aécio para Richa.Aécio demonstra preocupação em áudios antes de delação da JBS

Já no dia 19 de abril, Aécio conversava com o deputado federal Gabriel Guimarães (PT) pedindo cobrando explicações de um pedido de investigação feito por outro parlamentar mineiro do partido petista.

Aécio disse à Guimarães que o momento não era “para fazer graça” e que cada um precisava administrar “os doidos de cada lado”. “Entra nesse circuito hoje para ver se baixa essa bola”, disse o tucano.

(com supervisão de Evelin Cáceres)