Ela retorna ao governo em uma semana
A vice-governadora Rose Modesto conseguiu 169.660, equivalente a 41,23% dos votos válidos para a Prefeitura de Campo Grande, mas número insuficiente para vencer. Ao Jornal Midiamax ela disse que respeita a vontade popular e atribui o resultado ao alto número de abstenções. Ao todo 132.865 eleitores não foram às urnas neste domingo (30).
“Agora é trabalhar para conseguir que as pessoas voltem a acreditar na política”, disse. O tucana contou que vai descansar na próxima semana e em seguida retornar à função de vice-governadora, cargo que não precisou renunciar.
A família Modesto se reuniu na casa do deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB) para acompanhar a apuração dos votos. Ela ainda não sabe se vai para o comitê ou segue para casa. A ex-vereadora garante que não há ‘rancor’ e o governo do Estado estará de ‘portas abertas à Prefeitura’.
Biografia – Rose nasceu em uma família humilde, de trabalhadores rurais, no distrito de Culturama, no município de Fátima do Sul, em 20 de fevereiro de 1978. Mudou-se para Campo Grande em 1984. Como aluna bolsista na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), se formou em História. Em 2008, foi eleita vereadora de Campo Grande e se reelegeu em 2012.
Dois anos depois foi eleita vice-governadora do Estado, ao lado do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). No governo, ela acumulou o cargo de secretária na Sedhast (Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho). Antes de sair da Câmara Municipal, ela votou pela cassação do prefeito da Capital Alcides Bernal (PP) em março de 2014.
Devido à Operação Coffee Break os sigilos bancário e fiscal foram quebrados, mas ela não está na lista de 24 denunciados na apuração, fato que gerou crise institucional envolvendo a atuação do MPE (Ministério Público Estadual).
Ao todo, 13 dos 29 vereadores da cidade foram denunciados por participarem na suposta trama contra Bernal. Nas investigações, Rose foi flagrada em escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal conversando com o então vice-prefeito Gilmar Olarte (sem partido) que ficou com o cargo após a cassação de Bernal, e supostamente teria articulado negociações com fornecedores da Prefeitura. A explicação do MPE pela ausência desses políticos na lista dos 13 é que ‘ainda não havia juntado provas contundentes contra eles’.
Durante campanha, a ex-vereadora foi alvo dos adversários em relação a seu envolvimento na Coffee Break e também por promessas feitas durante campanha ao governo do Estado e que ainda não foram cumpridas. Como resposta, sempre apontou que em seus anos de vida pública nunca foi denunciada e nem responde processo. Quanto às promessas, disse que o cenário de crise afetou o Estado e por isso a gestão foi voltada a áreas prioritárias.
Bens – Do pleito em que foi eleita vice-governadora até o momento, a evolução patrimonial da tucana é de 197% de acordo com declaração feita por ela a Justiça Eleitoral. Em 2014, quando era vereadora e entrou na disputa pelo governo do Estado, havia declarado R$ 139,3 mil. Este ano o valor é de R$ 413.041 mil.