Vereadores estão há 20 dias aguardando agenda com diretor da Assetur

Eles querem conversar sobre denúncia de ônibus ‘vencidos’

Os vereadores de Campo Grande ainda aguardam reunião com o diretor do Consórcio Guaicurus, João Rezende, para conversar sobre os problemas no transporte coletivo. A denúncia de veículos sendo ‘maquiados’ e outros circulando com mais de 10 anos de circulação foi apontada pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax.

A Câmara Municipal possui uma comissão para acompanhar o transporte coletivo e quando souberam da denúncia do Jornal Midiamax, os vereadores disseram que iam recorrer ao MPE (Ministério Público Estadual). “Ainda não fizemos o encaminhamento ao MPE. Nós estamos aguardando uma reunião com o diretor do consórcio para falar com ele sobre essas denúncias”, afirma o vereador Chiquinho Telles (PSD).

Segundo o vereador, há quase duas semanas eles aguardam a agenda. “Eu acho que de hoje pra amanhã eles devem retornar para marcar essa conversa. E se as denúncias, de fato, procedem, nós vamos fazer esse requerimento a Comissão de Transportes e ao MPE”, cita.

Foi feito contato por telefone com o presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, mas ele não atendeu nossas ligações. Na tarde de hoje, João não estava presente na empresa.

Irregularidades

De acordo com a Lei 4.584, ônibus com mais de 10 anos não devem circular nas ruas de Campo Grande. No entanto, servidores ligados à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados), denunciaram quatro veículos rodando fora do prazo. São os de número 1089, 1093, 1094 e 1095. Os dados, obtidos através da Secretaria Nacional de Segurança Pública, com o aplicativo Sinasp, confirmam que os carros citados são fabricados em 2005, ou seja, completaram 11 anos em 2016.

 Recentemente, outra reportagem do Jornal Midiamax revelou que é comum a prática de as empresas repintarem ônibus usados de outras cidades, ou da própria frota. A manobra, apesar de legal, seria uma forma de maquiar a real situação de pouco investimento nos ônibus. Dez veículos teriam sido ‘maquiados’ como novos, com a pintura dos novos ônibus feita nos veículos 1086, 1087 e 1088.

Outra situação que prejudica os usurários é a troca de veículos articulados por carros comuns, como no caso dos ônibus 1000, 1200, 1201 e 1202, retirados das ruas sem nenhuma explicação do Consórcio Guaicurus.

A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria do Consórcio Guaicurus, com a Agereg, Agetran e com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, que não encaminharam resposta sobre as denúncias até a publicação desta matéria.