Vereadores defendem aumento salarial, mas admitem que hora não é boa

Legisladores podem ganhar quase R$ 19 mil em 2017

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Legisladores podem ganhar quase R$ 19 mil em 2017

Aumento salarial de R$ 15 mil para quase R$ 19 mil aos vereadores de Campo Grande, aprovado em 2014, mas que entra em vigor em janeiro de 2017, é defendido pelos legisladores, contudo eles admitem que este não é o momento para tanto. Por isso, a Câmara Municipal discute congelar o atual salário ou diminuir a elevação já aprovada. Até a última sessão deste mandato, na próxima quinta-feira (22), o assunto será resolvido.

O reeleito Ayrton Araújo (PT) acredita que é necessário envolver a folha de pagamento de todos os poderes. Desde o Congresso Nacional, passando pelo Judiciário e só então chegar à Câmara Municipal. “Tem que ser de cabo a rabo. De mamando a caducando. Por que não abaixa de todos os poderes? É muito oportuno agora na nova legislatura mexer nos salários dos vereadores”, disse.

No entanto, o petista acha mais viável manter a atual remuneração para evitar embate com a população. O suplente e vereador eleito, Loester Nunes (PMDB), segue a mesma linha. Para ele, embora aprovado em 2014, o aumento na atual conjuntura seria ruim para a imagem do Legislativo.

“A credibilidade do político já está ruim. É um direito (o reajuste), ninguém está passando por cima de nada, mas como o vereador é o único que recebe bofetada do povo, então é melhor não haver aumento”, avaliou ressaltando em seguida as fortunas pagas às outras esferas.

O presidente da Casa de Leis, João Rocha (PSDB), esclarece que o texto foi aprovado há dois anos, mas “em razão da situação que estamos vivendo hoje, diferente do que era há dois anos, estamos reavaliando o aumento”. O tucano disse estar conversando individualmente com cada vereador e nesta quarta-feira (21) vai se reunir com todos. “É bem possível (que haja diminuição do aumento), mas não posso falar por todos”.

Reeleito, Eduardo Romero esclarece que o projeto de lei votado em 2014 foi votado de acordo com o que preconiza a Constituição. Lembra que à época os deputados estaduais fizeram o mesmo, com a diferença de que entrou em vigor assim que aprovado. “Mas é o momento de reavaliar, não só do ponto de vista financeiro, mas também dos gestos que os poderes precisam dar para a sociedade. Porque não dá pa exigir da sociedade, do privado, sem afetar o setor público”, opinou.

O ‘novato’ Vinícius Siqueira (DEM), que fez parte do movimento pró-impeachment, afirma que vai continuar erguendo a bandeira da diminuição salarial e de cadeiras na Câmara Municipal. Ele antecipou que o autor do projeto popular que colheu assinaturas para igualar os salários dos vereadores ao dos professores, Denis Pereira, será seu assessor parlamentar. “Minha preocupação é tão grande que o chamei para compor minha assessoria”, contou.

Assinaturas

O projeto popular assinado pelo fisioterapeuta Denis Pereira foi criado no ano passado e colheu mais de 15 mil assinaturas. O texto tinha como base justamente evitar que o reajuste da remuneração dos legisladores subisse para quase R$ 19 mil em 2017 e tentar igualar o pagamento de acordo com a formação de cada eleito.

Para quem possui ensino médio o pagamento seria de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil e aos com formação superior R$ 3,3 mil a 5,3 mil. Atualmente os 29 recebem R$ 15 mil por mês além do auxílio de até R$ 8,4 mil de verba indenizatória

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