Ela está presa há oito dias
A Justiça negou prisão domiciliar à ex-primeira-dama de Campo Grande, Andreia Olarte (PROS). De acordo com o desembargador Luiz Cláudio Bonassini, os motivos apresentados pela defesa não são fortes o suficiente para justificar o cumprimento da preventiva em casa. Contudo, ele atendeu ao pedido de transferência para o Presídio Feminino Irmã Zorzi.
“O atestado trazido aos autos é insuficiente para comprovar a necessidade de transferência para o regime domiciliar, pois segundo o mesmo a requerente é portadora de hipertensão e gastrite, enfermidades controláveis com o emprego de medicação adequada, a qual vem sendo ministrada”, disse no despacho.
Ele observou, ainda, que a esposa do vice-prefeito afastado Gilmar Olarte (PROS) já foi atendida em regime de urgência por duas vezes durante os oito dias de prisão e “caso algum procedimento não possa ser realizado no estabelecimento, poderá ser temporariamente removida”.
No último domingo (21) a defesa de Andreia pediu que ela fosse transferida para o Presídio Feminino sob argumentação de que no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) havia cinco homens presos. No entanto, o desembargador de plantão Manoel Mendes Carli indeferiu a solicitação dizendo que o fato não a colocava em risco por estarem em celas separadas.
Agora, Bonassini lembrou que quando a prisão era provisória, ou seja, tinha prazo de cinco dias, ela mesma não quis ficar no presídio. Exigiu ser levada ao Garras por ter ensino superior ressaltando que tinha o direito de permanecer em cela individual.
“A requerente, e também sua defesa, sabem que no estabelecimento prisional feminino não há cela individual, tanto que foi por essa razão que de lá pediram transferência”, avisou. A ideia mudou quando a prisão foi convertida em preventiva, quando não há data para terminar.
Prisão – Além do casal Olarte, acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa, estão em cárcere Ivamil Rodrigues, corretor de Imóveis e Evandro Farinelli, que emprestava o nome para registrar os imóveis compradas pela mulher do então prefeito.
De acordo com o MPE-MS (Ministério Público Estadual) a operação deflagrada tem conexão com a Adna, investigação desencadeada no ano passado, por corrupção passiva e que tornou réu o pastor.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) informa que entre os anos de 2014 e 2015, enquanto Olarte ocupava mandato de prefeito, a mulher deles comprou vários imóveis na Capital, “alguns em nome de terceiros, com pagamentos iniciais em elevadas quantias, fazendo o pagamento ora em dinheiro vivo, ora utilizando-se de transferências bancárias e depósitos, os quais, a princípio, são incompatíveis com a renda do casal”.