Medida é chamada de ‘Contragolpe’ contra Temer
O deputado do PT, Wadih Damous (RJ), passou a defender abertamente a proposta de convocar novas eleições caso o Plenário aprove hoje (17) o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A ideia já era defendida por alguns setores do partido em conversas reservadas. “Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a ditadura”, afirmou Damous.
A ideia do deputado e de outros aliados do governo é coletar assinaturas no Brasil todo para apoiar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que convoque as novas eleições. Damous acredita que isso não será impossível caso haja apoio dos movimentos sociais contrários ao impeachment.
A proposta, apelidada de “contragolpe”, quer também mostrar o descontentamento com o vice Michel Temer, que teria uma reprovação tão grande entre a população quanto a reprovação de Dilma Rousseff. “Nós vamos defender eleições gerais, porque não reconhecemos no vice-presidente (Michel Temer) condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil.”, disse Damous. O petista acusa o vice de conseguir votos à favor do impeachment oferecendo o fim da Lava-Jato para deputados citados, mas as informações não foram confirmadas.
O próprio ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva declarou em discurso que preferiria ver o Brasil entregue ao PSDB por uma derrota nas urnas do que nas mãos do PMDB por um golpe. A presidente Dilma Rousseff já declarou anteriormente que “respeitaria” uma proposta alternativa que passasse pelo voto popular.
Os petistas ainda divergem, entretanto, em relação ao momento em que a campanha por novas eleições deveria ser lançada. Alguns acreditam que deveria ser logo após a votação do impeachment na Câmara, caso seja aprovado, pois a bancada teria tempo de conseguir o apoio popular antes da votação no Senado. Informações são do jornal O Estado Folha de S. Paulo.