Reclamações são contra discurso homenageando torturador

Depois de receber mais de 17 mil denúncias sobre o discurso proferido na sessão de domingo (17), pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) na Câmara Federal, a Procuradoria Geral de República informou que analisará as manifestações e que instaurou um procedimento para o caso. 

Bolsonaro homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chamando-o de “pavor de Dilma’. O militar, falecido em 2015, foi o primeiro a ser considerado abertamente um torturador perante a Justiça Brasileira, além de ter sido um dos comandantes do Doi-Codi, órgão de repressão do Exército durante a ditadura militar.

Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora, Ustra afirmou que o Brasil não soube aplicar um “modelo de combate ao terrorismo” durante a ditadura, como fizeram os governos militares da América Latina. “Quantos mortos nós tivemos? Não chegou a 500 de ambos os lados: 119 do nosso e quase 400 deles”, afirmou na época. “Se fôssemos combater igual aos outros, era 150.000 no mínimo. Pense bem.”

Um grupo de partidos também decidiu que entrará com representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo providências contra a fala do deputado Jair Bolsonaro, dentre eles, o PT, PSOL e PCdoB. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro também anunciou que pedirá a cassação do deputado carioca no Supremo Tribunal Federal e no Congresso, conforme afirmou o jornal El País.