Governo prevê apertados 150 votos contra

Governo e oposição disputam aos últimos minutos do segundo tempo os votos de deputados indecisos em relação à aprovação ou não do relatório de Jovair Arantes (PTB), favorável ao impeachment. Na sexta e no sábado, o governo alegou ter conquistado mais votos contrários ao afastamento de Dilma Rousseff. Mas o partido do vice Michel Temer, PMDB, falou em 360 votos favoráveis na noite deste sábado (16), num clima de “já ganhou”, o que assustou governistas.

Mesmo com o fato positivo para o governo de conseguir barrar a onda crescente de votos contra Dilma, com a contagem do PMDB o processo de impeachment seria aprovado na Câmara, mas com uma margem ainda insegura de 18 votos acima do necessário – são necessários 342 votos para o prosseguimento do processo ao Senado.

A oposição do PSDB fala em irreais 380 votos favoráveis ao impeachment, enquanto o governo previa inicialmente 180 votos e chegou a contagem mais realista de 150. O partido do PP foi um dos fatores desse balanceamento, por contar com um grande número de deputados que mudaram de posição recentemente.

Governo e oposição devem considerar, durante essa parte da batalha, o convencimento de deputados indecisos. Esses deputados barganham entre um lado e o outro para ver “quem dá mais”. As negociações dos últimos dias podem surpreender ambos os lados.

Um ponto favorável à oposição foi a ordem da votação estabelecida pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado na Operação Lava-Jato. Cunha colocou como primeiros a falar no plenário os representantes dos Estados mais críticos ao governo Dilma, o que pode convencer deputados ainda indecisos. Os deputados do MS serão a sétima bancada à votar.