Senador disse que ouviu dos colegas que ela não teria como se sustentar
O senador sul-mato-grossense Pedro Chaves (PSC) afirmou, nesta quarta-feira (31), que deu voto favorável tanto para o impeachment quanto para a inelegibilidade de Dilma Roussef (PT) e questionou a atitude dos senadores que reprovaram a perda de direitos políticos da petista. Ele também questionou argumento que ouviu de que ela não teria como se sustentar.
“Votei pelo impeachment e pela inelegibilidade da presidente Dilma Roussef, pois avalio que ela deveria ficar afastada da função pública, mas infelizmente outros senadores votaram contra, o que não entendi. No meu entendimento, a Constituição é clara ao dizer que o afastamento definitivo acontece com a perda dos direitos políticos por oito anos”, diz.
O senador também desaprovou interpretação do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal). ministro Ricardo Lewandowski, que decidiu realizar duas votações no plenário. “ Essa atitude dividiu a bancada”, destacou. Pedro Chaves também reprovou postura do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que segundo ele teria influenciado no resultado da votação pela inelegibilidade.
“Um grupo do PMDB resolveu votar desta forma alegando que ela (Dilma) não teria forma de se sustentar, e isso teve certa influência do presidente do Senado, que cogitou esse voto dos colegas. Também me disseram que pela idade e avaliação de tempo de aposentadoria, ela receberia em média R$ 5 mil por mês”, destacou.
Questionado sobre o que achou deste argumento, Pedro Chaves disse que independente de valor, votou a favor do impeachment e consequentemente considera que ela deveria ficar longe de cargos públicos. “ A aposentadoria dela é outra questão”,disse.
Na avaliação do senador, o fato de Michel Temer (PMDB) assumir a presidência pode trazer reflexos positivos para o Estado. “Sinto que estou muito prestigiado aqui. As emendas do Delcídio que estavam perdidas, consegui resgatar todas. Vamos avançar bastante pois estamos com bom espaço aqui”, argumentou. Pedro Chaves também afirmou que já na posse oficial, Michel Temer pretende apresentar “um grande pacto político, para conseguir apoio de todos os partidos”. A posse está prevista para às 16h.
Votação
O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (31), por 61 votos favoráveis e 20 contrários, o impeachment de Dilma Rousseff. A presidente afastada foi condenada sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas “pedaladas fiscais” no Plano Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional.
O Senado também rejeitou, por 42 votos a 36, a inabilitação da presidente cassada Dilma Rousseff (PT) para exercer cargos públicos por oito anos. Dessa forma, mesmo tendo sofrido impeachment, a petista poderá exercer cargos públicos, como de ministra e secretária estadual. Dilma também não está inelegível, ou seja, poderá concorrer às eleições novamente, caso deseje.