Para vereador, ‘não há nada de concreto contra vice-governadora’

O presidente do diretório municipal do PSDB, vereador Lívio Leite, afirmou nesta sexta-feira (3), que a continuidade das investigações contra a pré-candidata à prefeitura de Campo Grande e vice-governadora Rose Modesto não altera o posicionamento do partido em relação às eleições deste ano. Segundo ele, “o diretório trabalha com o que há de concreto e até agora não existe nenhuma confirmação oficial” sobre o envolvimento de Rose na Coffee Break, e desta forma, Rose segue como único nome tucano para ir às urnas.

Antes mesmo de ter confirmado o nome de Rose Modesto como pré-candidata, Lívio chegou a afirmar que caso o nome dela fosse incluído no processo da Coffee Break, possivelmente outro opção seria colocado à disposição do partido para as eleições. Na época, o nome do atual secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, era a segunda aposta tucana.

Ontem (2), fonte ligada ao MPE (Ministério Público Estadual) confirmou à imprensa que a vice-governadora Rose Modesto ainda não ‘escapou’ da investigação sobre o suposto golpe para tirar Alcides Bernal (PP) do cargo de prefeito. Segundo Lívio a situação é diferente e por isso, nada vai mudar até então.

“Até onde eu vi, pelo depoimento de Paulo Passos, o relatório tinha coisas para serem averiguadas, mas acho difícil o envolvimento de Rose nesta altura. Se tivesse algo já teria sido revelado. A princípio, vamos trabalhar com o que temos de concreto, então não muda. É melhor aguardar o desenrolar das coisas, pois só temos a declaração dada pelo procurador, todo o resto ainda é especulação”, disse o presidente do diretório municipal.

Procurada, a vice-governadora ainda não se pronunciou sobre o assunto

Outros nomes

Conforme revelação feita ontem pela fonte do MPE, além da pré-candidata do PSDB à Prefeitura de Campo Grande e do deputado federal tucano, Eliseu Dionísio, que tem foro privilegiado, continuam implicados nas investigações da Coffee Break, a deputada estadual Antonieta Amorim, os vereadores Carla Stephanini e Vanderlei Cabeludo, todos do PMDB, além de Coringa, do partido de Marquinhos Trad (PSD).

A situação deles ficou envolta em mistério e causou pressão entre juristas e até denunciados depois que tiveram os nomes omitidos em documento oficial distribuído à imprensa durante coletiva na última terça-feira (31) com o procurador-geral de Justiça, Paulo Cezar dos Passos. No papel, foram listados 24 denunciados com detalhamento inclusive dos crimes tipificados.

Nas investigações, Rose Modesto, quando vereadora, foi flagrada demonstrando intimidade com Gilmar Olarte, vice de Bernal que ficou com o cargo após a cassação e foi denunciado por associação criminosa e corrupção. Ela também seria investigada por realizar negociação com fornecedores da Prefeitura na gestão de Olarte. Durante as investigações, ela foi eleita vice-governadora com Reinaldo Azambuja (PSDB).

Já Elizeu Dionízio foi relator da CPI que serviu de motivo para a Câmara Municipal iniciar o processo de cassação de Bernal e, durante o tempo em que as investigações se arrastaram, foi eleito deputado federal. A legislação brasileira ainda garante foro privilegiado a diversos cargos públicos e, por isso, a denúncia contra ele ficará a cargo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot caso haja autorização do STF (Supremo Tribunal Federal).